Netanyahu pede desculpas a Erdogan por ataque a flotilha de Gaza

O pedido de desculpas era exigido por Ancara desde a acção em Maio de 2010. Acto é considerado triunfo diplomático de Obama na sua primeira visita a Israel enquanto Presidente.

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Obama e Netanyahu despedem-se. O telefonema de Netanyahu a Erdogan foi um sucesso diplomático para o Presidente norte-americano Jason Reed/Reuters

O telefonema foi descrito pela Casa Branca, que não deu, no entanto, pormenores sobre o conteúdo.

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O telefonema foi descrito pela Casa Branca, que não deu, no entanto, pormenores sobre o conteúdo.

“Os Estados Unidos dão grande valor à parceria quer com a Turquia quer com Israel, e damos grande importância à restauração das relações positivas entre eles para fazer progressos na paz e segurança regionais”, disse a Casa Branca, num comunicado divulgado antes da partida de Obama para a Jordânia, após conversações de última hora com Netanyahu.

Os dois líderes tinham falado por telefone pela última vez em 2011, quando Netanyahu tinha oferecido ajuda a Erdogan para as vítimas de um terramoto na Turquia.

A Turquia tinha pedido, após o incidente com o navio Mavi Marmara, em Maio de 2010, em que morreram nove activistas turcos num ataque israelita à flotilha que tentava furar o bloqueio marítimo que Israel impunha (e impõe ainda) à Faixa de Gaza, um pedido formal de desculpas de Israel, compensação para as vítimas e o fim do bloqueio marítimo do Estado judaico à Faixa de Gaza. Nos últimos meses, representantes turcos e israelitas tentaram acertar os termos de um possível pedido de desculpas, sem chegar, no entanto, a acordo.

Uma declaração oficial do gabinete do governante israelita esclareceu depois o telefonema: "O primeiro-ministro Netanyahu expressou as suas desculpas ao povo turco por um erro que poderá ter levado à perda de vidas, e concordou completar um acordo para compensação." 

A reaproximação é, assim, o triunfo diplomático para a visita de Obama, que estava a ser criticada por ser uma viagem sem grande substância. O telefonema, diz a Reuters, durou 30 minutos e terá sido feito mesmo da pista do aeroporto de Telavive, onde Obama e Netanyahu tiveram um último encontro antes da partida do Presidente norte-americano para a Jordânia.