PSD e CDS criticam vazio de propostas socialistas

Luís Montenegro (PSD) fala em “mão praticamente cheia de nada”; Nuno Magalhães considera-as simples “desejos” que obrigam a mais despesa.

Foto
Montenegro diz que ainda não está decidido o que fazer em relação à proposta do PS Rui Gaudêncio

“Quando o PS anunciou, com alguma pompa, um debate, tivemos expectativa sobre os termos em que vinha apresentar a sua alternativa e a sua contribuição”, começou por dizer Luís Montenegro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Quando o PS anunciou, com alguma pompa, um debate, tivemos expectativa sobre os termos em que vinha apresentar a sua alternativa e a sua contribuição”, começou por dizer Luís Montenegro.

Mas afinal, “verificamos que nos trouxe uma mão praticamente cheia de nada. Só não é mesmo uma mão cheia de nada porque houve propostas já conhecidas, outras estão já em curso. A expectativa gorou-se, deu lugar à desilusão”, acrescentou o líder parlamentar do PSD, citando o primeiro-ministro que há 15 dias disse que Seguro está cada vez mais parecido com José Sócrates – fazendo anúncios sem grande fundamento.

Luís Montenegro defendeu que a estratégia actual do Governo é “corrigir” os erros dos governos socialistas e “não os repetir”. Admitiu que é preciso tomar algumas medidas defendidas pelo PS para equilibrar as contas públicas, e também que o Governo falhou nos objectivos orçamentais – e logo atacou o PS por fazer essa crítica quando foi um Governo socialista que em 2009 previu um défice de 2,6% e depois no final do ano este acabou por ser de 10%

“É muito fácil vir aqui falar em fim de austeridade, mas como ficam as contas públicas?”, questionou Montenegro. E apontou o dedo a Seguro, a quem acusa de “ignorar que as reformas estruturais que estão em curso, que terão que se fazer no futuro, nomeadamente a reforma do Estado”.

O social-democrata aproveitou mais uma oportunidade para criticar o PS por recusar integrar a comissão para discutir a reforma do Estado: “Apresentar um plano para o futuro pós-troika sem discutir com os partidos a reforma do Estado é ignorar o que de mais importante pode constar numa alternativa política para Portugal. Isso é imperdoável.”

“A saída para a crise é cumprirmos o programa”, defendeu Luís Montenegro.

Na mesma linha, o centrista Nuno Magalhães relembrou as cinco medidas apresentadas por Seguro no início do debate afirmando: “Isto não são propostas, são desejos.” Desejos que o CDS “acompanha” e que está “disponível para fazer tudo o que for possível para os concretizar”.

Porém, há um problema, alerta o líder parlamentar do CDS-PP: “É preciso esclarecer que todas estas propostas requerem mais despesa, ou seja, mais défice e, quem sabe, mais presença da troika, mais imposições e mais sacrifícios. E isso preocupa-nos.”

Magalhães considera que “não é só Portugal e a Irlanda que precisam que o programa de ajustamento resulte”, mas toda a Europa. E, internamente, “todos os partidos do arco da governação” o deveriam reconhecer e ajudar a que isso acontecesse. Como? Neste momento, trabalhando para mostrar à troika, durante esta sétima avaliação, que existe um “consenso político social alargado” que permita que estas “reformas muito duras e difíceis possam fazer o seu caminho”.