Reconstituição facial de Ricardo III apresentada em Londres

O rosto do rei de Inglaterra, obtido por computador a partir do seu crânio, é muito parecido com os retratos que dele se conhecem, mas tem uma expressão mais amena.

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Foi um dia após uma equipa da Universidade de Leicester ter

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CI%C3%8ANCIAS" target="_blank">confirmado que o esqueleto encontrado debaixo de um parque de estacionamento dessa cidade inglesa é, sem sombra de dúvidas, o do monarca morto numa batalha contra os Tudor em 1485.

Ricardo III, imortalizado por Shakespeare, é tradicionalmente visto como o mais despiedado e sanguinário rei de Inglaterra. E nos quadros que o representam, pintados postumamente (não se conhecem retratos contemporâneos), tem uma expressão dura, quando não claramente malévola.

“Para todos os que tinham em mente os múltiplos quadros que representam [Ricardo III] com o corpo e os traços disformes, este rosto calmo e pensativo vai ser um choque”, declarou a Sociedade de Amigos de Ricardo III (que se esforça por reabilitar a imagem do rei), citada pela AFP, na altura da apresentação da reconstituição facial. As ossadas também permitiram desmentir outros atributos físicos do monarca: apesar de sofrer de escoliose, nada indica que tivesse um braço atrofiado ou uma corcunda.

Mas há algo de mais importante talvez, para a verdade histórica, do que o hipotético carácter real: é a semelhança entre os traços da reconstituição e as versões pictóricas conhecidas de Ricardo III. “Os traços mais óbvios dos quadros são a forma do nariz e o queixo e ambos são bem visíveis na reconstituição”, diz John Ashdown-Hill, historiador e especialista de Ricardo III, citado pela BBC News.

Como explica, por seu lado, no mesmo site noticioso britânico, Carolyn Wilkinson, especialista de identificação craniofacial da Universidade de Dundee, os únicos atributos inspirados nos retratos do rei para realizar a reconstituição foram o penteado, a cor do cabelo, dos olhos e da pele – e a roupa. O nariz e o queixo foram determinados pelo software a partir das imagens radiológicas.

O busto do rei foi, aliás, feito, precisamente, com vista a obter mais uma prova da identidade das ossadas: “Não tínhamos a certeza de que o corpo fosse o de Ricardo III e, portanto, a reconstituição – sobretudo se não tivéssemos conseguido extrair ADN dos ossos – seria uma prova adicional”, diz Ashdown-Hill. “O que ainda é”, acrescenta, confessando que, quando viu o busto, foi quase como se estivesse ao pé do monarca em carne e osso, prestes a iniciar uma conversa com ele.