O presidente da concelhia do PSD-Gaia, Luís Filipe Menezes, vai “provocar novas eleições” para escolher o candidato social-democrata às autárquicas, depois de a votação do nome do vereador de Matosinhos José Guilherme Aguiar ter merecido críticas.

“O doutor Luís Filipe Menezes é sensível ao argumento que se levantou sobre o voto de qualidade e vai provocar nova eleição para escolher o candidato do PSD à Câmara de Gaia”, disse à agência Lusa fonte ligada ao líder da concelhia e presidente da Câmara de Gaia.

O actual vereador da Câmara de Matosinhos José Guilherme Aguiar foi eleito pela concelhia política do PSD-Gaia como candidato às próximas eleições autárquicas para suceder a Menezes, que, enquanto presidente da estrutura concelhia, sujeitou a voto secreto o nome de José Guilherme Aguiar. Na primeira contagem, o resultado não foi "muito claro", o que obrigou a uma "segunda votação", explicou a fonte ligada a Luis Filipe Menezes. A segunda volta terminou num empate entre os votos contra e a favor de José Guilherme Aguiar, tendo Luís Filipe Menezes alegado direito a voto de qualidade para desempatar a votação secreta.

"Tenho que respeitar a decisão da comissão política, que, na minha interpretação, não decidiu nada [porque] houve um empate", disse então à Lusa Firmino Pereira, atual vice-presidente da Câmara de Gaia e um dos putativos candidatos à autarquia. "Acho dúbia a posição", afirmou Firmino Pereira, que não chegou a ver votada a proposta do seu nome para candidato à Câmara de Gaia e que aguarda agora "esclarecimentos" por parte da comissão política concelhia.

A proposta incluía a recomendação de 14 presidentes de juntas de freguesia de Gaia do PSD a apresentar Firmino Pereira como "melhor candidato", disse um dos signatários, para quem, em processo de votação secreta, não pode existir um voto de qualidade.

José Guilherme Aguiar, ex-vereador na Câmara de Gaia, foi cabeça-de-lista pelo PSD à Câmara de Matosinhos nas últimas autárquicas, mas viu ser-lhe retirada a confiança política em 2010, depois de ter chegado a um acordo com o então presidente da autarquia, o socialista Guilherme Pinto.