Portugal “é um país sem rumo”, acusa Filipe de Botton

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Foto: Pedro Cunha

“Em Portugal parece que o único objectivo é pensar em finanças públicas. E nós, empresários, pensamos que Portugal é hoje um país sem rumo”, e “não se sabe qual é a estratégia do Governo para o país”, afirmou Botton, que é presidente da Logoplaste e accionista da REN.

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“Em Portugal parece que o único objectivo é pensar em finanças públicas. E nós, empresários, pensamos que Portugal é hoje um país sem rumo”, e “não se sabe qual é a estratégia do Governo para o país”, afirmou Botton, que é presidente da Logoplaste e accionista da REN.

“Sem dúvida que temos de pôr as Finanças públicas em ordem. Mas temos de saber qual é a estratégia para Portugal”, reforçou na sua intervenção, num evento dedicado à “Competitividade e Crescimento de Portugal no Contexto Mundial”.

Botton considera ainda que a mudança anunciada pelo Governo na Taxa Social Única (TSU) “não é adequada nem vai resolver nenhuma situação”. E explicou: “Para aumentar as exportações é precisos haver fundo de maneio. Mas os bancos portugueses não conseguem dar solução.”

Botton deu como exemplo o sucesso do sector do calçado, e alertou para um facto: “Um empregado de chão de fábrica, incluindo todos os descontos, é hoje mais barato [em Portugal] do que no Brasil. É preciso ter isto em conta.”

O encontro da AT Kearney é dedicado à “Competitividade e Crescimento de Portugal no Contexto Mundial”, e conta também com a presença de Paulo Azevedo (presidente executivo da Sonae, proprietária do PÚBLICO), Vítor Bento (da SIBS), e António Pires de Lima (economista do CDS-PP).

O orador principal foi um dos responsáveis internacionais da empresa, Martin Walker. O discurso de encerramento deveria ser proferido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que no entanto se fez substituir pelo secretário de Estado Carlos Moedas.