Paulo Azevedo considera que as mexidas na TSU são "más"

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O presidente executivo da Sonae disse que a proposta não significa nenhuma poupança para as empresas Foto: Nuno Ferreira Santos

O presidente executivo da Sonae, Paulo Azevedo, afirmou esta terça-feira, em Lisboa, que as mexidas na Taxa Social Única (TSU) propostas pelo Governo são más para o grupo que lidera e só irão significar novas dificuldades.

Durante um encontro promovido pela consultora AT Kearney, que está a decorrer em Lisboa, Paulo Azevedo disse que o saldo da proposta do Governo - redução da contribuição das empresas para a Segurança Social e aumento da fatia dos trabalhadores - é negativo e não significa nenhuma poupança para as empresas. "Se perguntarem à Sonae o que pensa desta medida, obviamente que para um grupo que vive do consumo interno, ela é má", acrescentou.

Na sua intervenção, Paulo Azevedo disse que tem três grandes preocupações face à situação do país. A primeira tem a ver com as dificuldades de financiamento das empresas. O líder da Sonae lembrou o caso de centenas de fornecedores do grupo que vivem situações de grande aperto financeiro, mas acrescentou que não culpa os bancos nesta área, considerando que estes sofreram mais do que as empresas.

Paulo Azevedo mostrou-se também preocupado com a falta de estratégia para o país, considerando que ela prejudica as empresas de maior valor acrescentado e pode pôr em causa tudo o que de bom foi feito na área da educação e nas universidades.

As dificuldades em encontrar colocação para os desempregados menos qualificados é outra das grandes preocupações de Paulo Azevedo que, no encontro, reiterou não ver sentido na discussão entre austeridade e crescimento, porque ambas as opções são necessárias e o fundamental é encontrar formas de as conciliar.

O líder da Sonae referiu o sector agrícola como um exemplo de sucesso no contexto económico português e lembrou que, no seu primeiro emprego, no retalho da Sonae, pouco era comprado aos agriculores portugueses. Agora, 86% é comprado em Portugal. "É um sucesso fantástico. Muitos produtores já vendem para o estrangeiro, o que é maravilhoso", acrescentou.

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