CGTP marcha sobre o Parlamento para lembrar os pareceres contra as reformas laborais

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Arménio Carlos diz que o acordo é uma "ofensiva contra os direitos dos trabalhadores" Foto: Nuno Ferreira Santos

“É preciso que, para além da entrega dos pareceres, eles sejam analisados”, sublinhou à Lusa, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, e esse é o primeiro propósito de uma manifestação que trouxe várias centenas de trabalhadores em marcha do Largo Camões até às escadas em frente à Assembleia da República.

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“É preciso que, para além da entrega dos pareceres, eles sejam analisados”, sublinhou à Lusa, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, e esse é o primeiro propósito de uma manifestação que trouxe várias centenas de trabalhadores em marcha do Largo Camões até às escadas em frente à Assembleia da República.

Estes dois mil pareceres “reflectem não só a opinião da esmagadora maioria das organizações sindicais, como o parecer de muitas dezenas de milhares de trabalhadores que subscreveram esses mesmos pronunciamentos”, acentuou o líder sindical.

“Consideramos que este foi o momento oportuno para a CGTP dar continuidade à luta contra a maior ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e que, no essencial, constitui um retrocesso social e civilizacional”, disse ainda Arménio Carlos.

De acordo com o recente líder da CGTP, a proposta hoje discutida no Parlamento “promove o aumento das desigualdades no trabalho, mas não só. Promove também um desequilíbrio das relações de trabalho, um aumento da exploração e o empobrecimento generalizado dos trabalhadores e das suas famílias”.

E a argumentação da CGTP começa com um número: “Quando se diz que este é um acordo para criar mais emprego, o que verificamos é que, se porventura, só por si, fossem retirados três dias de férias e quatro dias de feriados, isto corresponderia no imediato a menos 98 mil postos de trabalho”, diz Arménio Carlos.

Outros pontos sensíveis identificados foram as alterações acordadas em Concertação Social de redução da protecção social ou da entidade patronal adquirir a possibilidade de “unilateralmente definir os horários de trabalho e a partir daqui reduzir a retribuição dos trabalhadores”.

Quanto a uma eventual divisão na luta dos trabalhadores, decorrente da assinatura do acordo da Concertação Social pela UGT, hoje convertido em proposta de lei a que o Partido Socialista responderá com uma abstenção que a viabilizará, Arménio Carlos sublinha que “não há divisão, porque a ofensiva é contra todos!”

“Acima de tudo o que privilegiamos é a unidade na acção dos trabalhadores. Ainda hoje na Transtejo há uma luta [greve] de três horas ao início de cada turno. Quem está a lutar são todos os trabalhadores, independentemente da sua filiação sindical e em conjunto, os sindicatos, sejam da CGTP, independentes ou da UGT”, acentuou.