4000 Ateliers: um peddy-paper pela arquitectura do Porto

Cinco arquitectos juntaram-se para organizar um percurso pelos ateliers de arquitectura da Baixa do Porto. A 12 de Novembro é só pegar no mapa e passar da porta de entrada

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Andaram todos na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto e, hoje em dia, são arquitectos com ateliers na Baixa da cidade, em edifícios que fazem inveja a qualquer um que passe na rua.

Em vez de se dedicarem à marcação de jantares de curso, e para que ninguém fique com pena de não conhecer espaços como o edifício d' A Nacional, na Avenida dos Aliados, (que alberga três ateliers distintos), Catarina Santos, Alexandre Gamelas, Marta Bordalo, Márcio Meireles e Joana Leandro Vasconcelos decidiram, assim, pensar e concretizar um percurso pelos ateliers que se fixaram na Baixa, o 4000 Ateliers (4000 é o código postal da cidade).

“Nós, como arquitectos, somos muito exigentes. É um bocado defeito de profissão e, então, alguns dos melhores espaços do Porto são gabinetes de arquitectura, porque procuramos nos sítios mais interessantes e mais giros”, justifica Marta Bordalo, do Atelier das Formas.

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Espaço 2D/Rucativa José Campos

É como um "peddy-paper", mas sem as perguntas mais chatas: com um mapa que já está disponível em cafés, restaurantes e universidades da cidade, qualquer um pode percorrer, a pé (ou de carro, nesse caso num "rally-paper"), o roteiro da nova arquitectura portuense. Ao todo são 20 os ateliers participantes que, no próximo sábado, 12 de Novembro, vão “literalmente abrir as portas” e mostrar como se trabalha a arquitectura, entre as 15h00 e as 20h00.

Desmistificar a arquitectura

“Sem compromissos”, as pessoas são convidadas a entrar e a espreitar. “Se quiserem podem ir logo embora, ninguém vai estranhar esse comportamento”, asseguram. O objectivo é desmistificar este tipo de arte e fazer com que o público em geral conheça a intimidade do processo de trabalho de um gabinete de arquitectura. “Há muita gente que ainda vê a arquitectura e os arquitectos assim um bocadinho longe. Esta é uma forma de os aproximar”, considera Joana Leandro Vasconcelos, do Atelier in.vitro.

As empresas não são “dos nomes sonantes da arquitectura portuguesa nem dos 'pritzkers'”, diz Alexandre Gamelas, dos A.G.C.S. Arquitectos. “São pessoas como nós, jovens, que estão a começar a carreira e que, por uma razão ou outra, decidiram vir para a Baixa da cidade”, continua. “Há muitos arquitectos no Porto e com muita qualidade. Como somos todos muito novos, toda a gente faz coisas muito diferentes e é difícil uniformizar”, considera o arquitecto.

“Cada um é livre de mostrar o que quiser. Nesse dia, há pessoas que vão estar a trabalhar e a expor os seus projectos, mas cada atelier tem a sua autonomia”, explica Marta Bordalo. Outros há que vão, ainda, servir um “Porto de honra” aos visitantes.

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