Manual de assistência espiritual e religiosa hospitalar é instrumento prático para profissionais

O manual da assistência espiritual e religiosa hospitalar, hoje divulgado, é um “instrumento prático” para os profissionais de saúde no contacto com os doentes, disse à Lusa o presidente do Instituto Ricardo Jorge, Pereira Miguel.

“A lei veio favorecer uma assistência religiosa mais diversificada e por isso este manual é um instrumento prático nesse sentido”, afirmou Pereira Miguel, sublinhando que o documento é de “grande utilidade para os profissionais de Saúde” e revela a capacidade de aproximação entre as religiões.

Do manual constam, em cada religião, as práticas religiosas e seus textos sagrados, os ritos do nascimento, a alimentação e a prescrição religiosa, o sentido e práticas na doença e no sofrimento e os ritos prescritos perante o mistério da morte.

O documento surge depois da publicação do decreto-lei 253/2009 de 23 de Setembro, que regulamenta a assistência espiritual e religiosa do Sistema Nacional de Saúde, e tem todas as informações necessárias para saber como agir perante as crenças da Igreja Adventista do 7º dia, da fé Baha’i, do Budismo, da Igreja Católica, do Hinduísmo, do Islão, do Judaísmo, dos Mormons, da Igreja Ortodoxa, dos Protestantes Evangélicos e das Testemunhas de Jeová.

“Como médico se calhar eu gostaria de já há muitos anos dispor de um manual destes porque nos mostra qual a atitude das várias religiões em momentos decisivos da vida das pessoas, desde o nascimento até à morte. É uma ajuda preciosa quando nos confrontamos em ambiente hospitalar com os doentes. E existe a necessidade de sabermos como devemos proceder”, defendeu.

Coordenador do Plano Nacional de Saúde 2004-2010, Pereira Miguel lembrou que no documento “existe um capítulo dedicado à espiritualidade no âmbito da qualidade dos cuidados de saúde” e considerou que “não há bons cuidados de saúde que não envolvam a dimensão mental, espiritual da pessoa humana”.

"O manual está feito de uma forma muito simples. Portugal abriu-se muito nos últimos anos. A nossa população tem hoje muitas religiões e nos momentos críticos é bom que o profissional de saúde se lembre disso e procure apoiar o mais possível o seu doente”, concluiu.

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