Amy Winehouse: morreu uma mulher frágil, uma grande voz

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A cantora no festival Rock in Rio, em Lisboa Nacho Doce/Reuters

A cantora britânica Amy Winehouse foi este sábado encontrada morta no seu apartamento em Londres. A polícia foi chamada ao local por volta das 16 horas pelos serviços médicos de Londres, que já se encontravam na habitação, em Camden, no norte da capital britânica. À porta, os fãs depositam flores e mensagens de homenagem. Os amigos elogiam-lhe a voz. Uma voz poderosa de uma mulher que a decadência calou aos 27 anos.

As causas da morte de Amy Winehouse ainda estão a ser investigadas pelas autoridades.

Os seus representantes tinham cancelado, no último mês, todos os concertos da digressão europeia, incluindo uma actuação no Festival Sudoeste em Agosto, alegando “problemas de saúde”.

No jardim em frente ao apartamento de Winehouse, os fãs foram deixando flores e postais dirigidos à cantora. E nas redes sociais, a notícia correu como um vírus. Dos amigos a nomes da música mundial, repetiram-se mensagens demonstrando tristeza e apoio aos familiares.

“Triste notícia sobre Amy Winehouse. Os meus pensamentos estão com a sua família”, escreveu a cantora Emma Bunton. “Terei sempre um amor profundo por Amy Winehouse”, comentou Lady Gaga. O apresentador Chris Moyles mostrou-se chocado com a notícia, dizendo estar do lado dos familiares e amigos”, a mesma mensagem que a mulher do primeiro-ministro britânico, Sarah Brown, deixou no Twitter. A modelo britânica Kate Moss não escondeu a tristeza de “ver partir um talento” como o de Amy Winehouse.

Para outros, foi a perda de uma amiga. Mark Ronson, o produtor de “Back to Black”, disse mesmo ter perdido a sua “alma gémea musical”. Salaam Remi, que trabalhou nos dois álbuns da cantora, lamentou a morte de “uma boa amiga e [de] uma irmã”.

Quem com ela privou no círculo privado fala de uma voz poderosa numa mulher “doce” e frágil. Ronnie Wood, dos Rolling Stones, lembrou os bons momentos que viveu com a cantora. Tony Bennett, que com Winehouse gravou um dueto do seu novo álbum, elogiou-lhe as capacidadades vocais. Uma artista frágil com a “mais natural voz de jazz” dos cantores contemporâneos, como referiu ao Guardian.

Do top à decadência

Várias vezes, a cantora que em 2006 chegou aos tops internacionais com o premiado álbum “Back to Black” esteve internada em clínicas de reabilitação e desiludiu várias vezes os admiradores por causa de más prestações em palco devido a excesso de álcool e problemas associados a drogas.


O cancelamento da digressão foi decidido depois de um concerto, em Junho, em Belgrado, onde deixou cair várias vezes o microfone em palco e onde acabaria por desaparecer do palco, não se lembrando das letras das músicas.

A projecção que Amy Winehouse ganhou quando lançou o seu primeiro álbum, “Frank”, de 2003, e os elogios que recebeu da crítica – que a comparou às vozes de Sarah Vaughan ou Macy Gray – viriam a revelar-se um círculo de decadência a partir de 2006.

Desde “Back to Black”, colaborou apenas com alguns artistas e o álbum que começou a ser produzido em 2008 não chegou sequer a ficar concluído.

A última vez que Amy Winehouse apareceu em público foi na quarta-feira, no Roundhouse, em Londres, onde apareceu em palco ao lado de Dionne Bromfield.

Notícia actualizada às 00h19 de 24 de Julho
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