Prémio de liberdade de imprensa atribuído a Hugo Chávez levanta coro de críticas
Chávez, que está na Argentina em visita oficial para assinar acordos comerciais, foi reconhecido pela escola de Jornalismo daquela universidade estatal pelo seu “contributo para a comunicação popular” ao desmontar os “monopólios mediáticos vigentes” e pelo seu “inquestionável compromisso na defesa da liberdade do seu povo, na consolidação da unidade latino-americana e na promoção dos direitos humanos e valores democráticos”.
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Chávez, que está na Argentina em visita oficial para assinar acordos comerciais, foi reconhecido pela escola de Jornalismo daquela universidade estatal pelo seu “contributo para a comunicação popular” ao desmontar os “monopólios mediáticos vigentes” e pelo seu “inquestionável compromisso na defesa da liberdade do seu povo, na consolidação da unidade latino-americana e na promoção dos direitos humanos e valores democráticos”.
“Viva o pensamento livre, fora com a hegemonia”, bradou Chávez, ao receber o prémio, perante um salão repleto de estudantes entusiasmados. O Presidente venezuelano ensinou a fórmula do jornalismo praticado no seu país: “Uma nova dinâmica de comunicação e informação popular, livre da ditadura mediática da burguesia e do império”, que dá às pessoas sem voz acesso aos jornais, rádios e televisão.
No entanto, o que Chávez designa como pioneirismo, é denunciado como censura, prepotência e aniquilação da liberdade de expressão pelos seus críticos. Gonzalo Marroquín, o presidente da Inter-American Press Association, qualificou o líder venezuelano como “um claro inimigo da liberdade de expressão”. “Demoraria demasiado tempo a enumerar a longa cadeia de acções encetadas por Chávez contra o direito do povo venezuelano a ser informado com independência e objectividade”, comentou.
Os jornais da argentina – que estão em guerra contra a Presidente Cristina Fernandez por causa de nova legislação que alegam limita a liberdade da imprensa – condenaram a decisão da universidade de La Plata, e a própria presidente da comissão da liberdade de expressão do Parlamento, Silvana Giudici, considerou a entrega do prémio a Chávez “inconcebível” e uma “contradição”.
Desde que assumiu o poder, em 1999, Chávez tem seguido uma estratégia de controlo do panorama mediático do país. Além de criar a televisão estatal Telesur, apresentada como “alternativa” à programação e informação das cadeias privadas, Chávez alterou as leis e regulamentos que regem a actividade das empresas de comunicação social, forçando o encerramento de 32 estações de rádio e dois canais de televisão que recusaram transitir os seus discursos e outros programas obrigatórios. Só os jornais em papel têm mantido a sua independência financeira e editorial.
E não é só a comunicação social que está na mira do Presidente da Venezuela. Em Dezembro do ano passado, Chávez apresentou um projecto de lei ao Parlamento consagrando o direito de restringir, censurar e proibir as mensagens publicadas em media sociais como o Facebook ou o Twitter que disseminassem informação apelando à critica, desobediência ou violência contra o chefe de Estado.