A guerra colonial causou mais danos físicos do que psicológicos

Ao fim de 37 anos, depois de um milhão de soldados recrutados, 10 mil mortos e 30 mil feridos, Portugal descobre agora que os ferimentos físicos e não stress crónico são o que mais aflige os ex-combatentes na Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

É o fim de um tabu”, diz a Lurdes Ferreira o coronel na reserva Andrade da Silva, coordenador de um estudo inédito a que a Pública teve acesso e cujos resultados o deixaram espantado. “Nada haveria de surpreendente se o grosso das queixas configurasse stress pós-traumático tardio. Mas, em vez disso, mais de metade referem-se a ferimentos simples e múltiplos.” O coordenador acrescenta que “o dado mais inesperado é andarmos ainda a tratar de queixas do foro biológico” ao fim destes anos.

Uma equipa envolvendo o Ministério da Defesa, o Instituto Superior de Tecnologias Avançadas (Istec), a Academia Militar, a Escola do Serviço de Saúde Militar, o Centro de Psicologia Aplicada do Exército e o Arquivo Geral do Exército, com elementos das áreas da psicologia, sociologia, direito, engenharia e economia, dedicou-se durante dois anos a este tema e encontrou uma realidade diferente da imaginada. Desta vez, o grupo encontrou, num conjunto de 3020 queixas de ex-combatentes do exército, todas com decisão superior, casos de doença de stress pós-traumático crónico que não passam os nove por cento do total, enquanto mais de metade, 52 por cento, reportaram ferimentos simples não tratados (36 por cento) ou múltiplos (16 por cento).

O artigo completo na revista Pública à venda com o jornal PÚBLICO de domingo, dia 30 de Janeiro, ou na edição de assinantes online.

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