Luís Miguel Cintra lê o livro do Apocalipse

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Nuno Ferreira Santos

Sábado à noite, às 21h30, na Capela do Rato.

Cada vez que lê o livro bíblico do Apocalipse, Luís Miguel Cintra percebe que está perante um texto "denso, complexíssimo, assustador, com uma visão terrível do juízo final". Apesar disso, o actor e encenador gosta de o ler: é "um dos textos mais discutidos de sempre e mete medo à própria Igreja". Razões para que Cintra vá no sábado à Capela do Rato, em Lisboa, ler o livro do Apocalipse, na íntegra. Às 21h30.

A ideia surgiu numa conversa com o responsável da capela, padre Tolentino Mendonça. "O Apocalipse tem subjacente uma enorme violência de fé e de paixão", diz Cintra ao P2.

Escrito à volta do ano 95, quando os cristãos eram perseguidos pelo imperador Domiciano, o último livro da Bíblia tem uma forte linguagem simbólica: anjos, elementos naturais enfurecidos, o antagonismo entre o dragão (símbolo do mal) e o cordeiro (Cristo). O número sete, número perfeito na tradição judaico-cristã (os sete dias da criação...), é referência permanente.

A carga simbólica "corresponde a uma fé gigantesca", diz Luís Miguel Cintra. "O que me prende é imaginar alguém capaz de escrever um texto destes. Não é o livro da Bíblia que mais me diz em termos religiosos, mas impressiona-me a atitude religiosa de quem o escreveu" - segundo a tradição, o apóstolo João, em Patmos, mas nada o confirma. "Impressiona-me também sabê-lo escrito numa ilha no meio do mar Egeu."

"Faz parte do texto sagrado, não me importa que haja zonas obscuras, temos que nos confrontar com ele", diz ainda Cintra.

A leitura terminará assim: "[Aos que escutam as palavras proféticas deste livro: Se alguém aumentar alguma coisa, Deus lhe aumentará os flagelos (...). Se alguém retirar palavras deste livro profético, Deus lhe retirará a parte que tem na árvore da vida (...). A graça do Senhor Jesus esteja com todos vós."

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