Marina Abramovic impressiona os visitantes do MoMA

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"Marina Abramovic: The Artist is Present" é uma exposição cronológica de 50 trabalhos, que abrange os 40 anos de performances, fotografias, instalações e vídeos imaginados por Abramovic.

Marina Abramovic senta-se em silêncio a uma pequena mesa, no átrio do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). Sem pestanejar, fixa os visitantes que se sentarem a seu lado. A performance faz parte da retrospectiva sobre a artista que o MoMa apresenta até 31 de Maio. "Marina Abramovic: The Artist is Present" é uma exposição cronológica de 50 trabalhos, que abrange os 40 anos de performances, fotografias, instalações e vídeos imaginados por Abramovic.

O destaque vai para a peça "Rhythm O", de 1974. Marina utilizou facas afiadas, fita adesiva, gaze, loção de barbear, uma rosa de pé comprido e uma arma carregada e pediu a um grupo de napolitanos que usasse os objectos à vontade, no corpo da artista. Quando um homem pegou na arma, outro parou a performance. Na altura, Marina disse querer "explorar o limite e o quanto podia aguentar".

Marina Abramovic nasceu na Jugoslávia em 1946, filha de dois dirigentes do Partido Comunista Jugoslavo. Estudou na Academia de Belas-Artes em Belgrado e em Zagreb e deu aulas em Novi Sad, na Sérvia. Nessa altura, começou a fazer performances. Em 1976, mudou-se para Amesterdão, onde conheceu o artista alemão Uwe Laysiepen, conhecido como Ulay.

Os vídeos que resultaram da parceria de 12 anos de Marina e Ulay também estão no MoMA. O trabalho dos dois consistiu em testar os limites do público europeu, em intransigentes façanhas de resistência e loucura, a que os dois chamaram "trabalho de relação".

Em 1977, sentaram-se de costas, sem se mexerem ou falarem, ligados pelo cabelo, durante 16 horas. Essa é uma das cinco performances de Abramovic recriadas ao vivo, pela primeira vez, para esta exposição. Foi ela que treinou os intérpretes.

Os trabalhos de Abramovic exploram a relação entre o performer e o público, os limites do corpo, as possibilidades da mente, desafiam o perigo.

Linda Yablonsky, crítica de arte do "Washington Post", chama-lhe a "imperatriz internacional da performance artística". Diz que a performance de Marina no MoMA "é uma presença imponente e benevolente que não se esconde, com o propósito de arranjar tempo para que os outros se vejam a si próprios no reflexo dela. A ideia é eliminar todos os pensamentos do passado ou do futuro e viver apenas o momento presente".

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