Cantando por detrás das cortinas

Olmi merecia uma releitura atenta, de tal modo a sua vasta obra (dezenas de "invisíveis" curtas e duas obrasprimas do pós-neorealismo, "O Emprego" e "A Árvore dos Tamancos") cobre uma vasta panóplia de interesses, desde a meditação religiosa à aventura, com o discurso televisivo por pano de fundo, sem que isso constitua motivo de embaraço para o cineasta. Este "filme de piratas", pleno de humor e de bizarras convenções constrói como um belo quadro, sempre com a perfeição pictórica em mente. O teatro no teatro funciona como artifício exposto para melhor sublinhar o lado de fábula, ocultando a violência da acção num discurso elíptico essencial. Não é o melhor Olmi, mas é proibido perder.<p/>

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