A fadiga crónica atinge cerca de 500 mil portugueses e conta a partir de hoje, dia mundial da doença, com a primeira associação portuguesa dedicada a este problema que atinge sobretudo as mulheres com mais de 50 anos.

A fibromialgia é uma doença crónica que afecta o sistema musculo-esqueléctico e surge frequentemente entre os 30 e os 50 anos, embora, segundo Maria João Freire, membro da comissão instaladora da nova associação, estejam a aparecer muitos doentes em faixas etárias mais jovens.

O diagnóstico é difícil, muitas vezes efectuado por exclusão de sintomas, e entre os principais contam-se as dores musculares e articulares, fadiga crónica, insónias, dores de cabeça e dormência e formigueiros nas extremidades do corpo.

Além de os sintomas variarem de pessoa para pessoa, e igualmente ao longo do tempo, o diagnóstico da fibromialgia é também dificultado pelo facto de muitos médicos não conhecerem a doença, pelo que - estimou Maria João Freire - "existem muitos doentes que não sabem do que sofrem".

Excatamente para ajudar neste penoso processo foi criada a Myos - Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, que hoje se apresenta publicamente, em Lisboa.

"Há muitas pessoas que só conhecem a fibromialgia como a doença da Maria Elisa", enfatizou Maria João Freire ilustrando assim o principal obstáculo com que se debatem os doentes: o desconhecimento. A deputada social-democrata Maria Elisa anunciou sofrer da doença durante a campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas e vai agora presidir à associação.

A Myos tem associada à sua estrutura médicos, essencialmente reumatologistas, que podem receber os doentes por "um preço mais acessível" nas instalações da associação, presente em Lisboa, Porto, Évora e Funchal. Mas a associação conta também com os serviços de um acupunctor e de um professor de ioga, já que as medicinas não convencionais que proporcionam estados de relaxamento têm resultados positivos na melhoria do estado físico do doente.