Poluição na Lagoa de Óbidos põe em causa sobrevivência dos pescadores

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As duas associações enviaram uma queixa para Bruxelas denunciando a poluição da lagoa DR

A situação ambiental da Lagoa de Óbidos está a pôr em causa a sobrevivência económica dos pescadores locais, uma vez que "há esgotos sem qualquer tratamento a correr a céu aberto para as águas", alertou hoje a Associação Cívica de Protecção das Linhas de Água e Ambiente (ACPLAA).

Para debater o estado da lagoa, a ACPLAA e a Associação de Moradores do Bom Sucesso (AMBS), promove amanhã, nas Caldas da Rainha, uma reunião, a pedido de 50 pescadores, informou António Peralta, porta-voz da ACPLAA.

"Os pescadores apanham de tudo menos peixes. E aqueles que apanham, não têm coragem nem de os comer nem de os vender", diz o responsável da ACPLAA.

"O cheiro das águas é nojento, insuportável. Ninguém pode alimentar-se do que vive naquelas águas", sublinha, lembrando que a situação também afecta a agricultura nas Caldas da Rainha, onde "existem 60 hectares em que não se pode cultivar nada sem ser eucaliptos, porque não há uma gota de água potável".

Tanto a Associação de Moradores do Bom Sucesso, um bairro que fica paredes meias com a lagoa, como a ACPLAA, criada há três meses nas Caldas da Rainha, têm-se tentado pôr fim à poluição na lagoa.

Há cerca de mês e meio, as duas associações enviaram uma queixa para Bruxelas.

A Lagoa de Óbidos é palco ainda para outra luta, desta feita contra o avanço das águas do mar que se aproximam de algumas vivendas do Bom Sucesso, construídas demasiado perto da lagoa e algumas em cima de dunas. O Inag (Instituto Nacional da Água) já realizou várias intervenções no local, através da colocação de sacos de areia para reforçar o cordão dunar.

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