UE assina acordo com Brasil para desenvolver 5G

Os dois parceiros abriram as portas a projectos de investigação conjuntos na próxima geração de telecomunicações.

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O acordo foi assinado em Barcelona, onde decorre o maior evento anual do sector AFP / JOSEP LAGO

A União Europeia quer ter a certeza de que não vai perder o barco da próxima geração de comunicações móveis e assinou nesta terça-feira um acordo com o Brasil para o desenvolvimento da tecnologia.

A tecnologia de 5G permitirá transferências de dados muito mais rápidas do que as das actuais ligações e é vista como uma parte importante num cenário em que cada vez mais dispositivos – de telemóveis a automóveis e electrodomésticos – estão ligados em rede. “No futuro, todas as pessoas e todos os objectos utilizarão a 5G. Em 2020, 26 mil milhões de dispositivos estarão conectados e 70 % das pessoas terão um telemóvel inteligente. A 5G constituirá a espinha dorsal do mercado único digital da UE", refere um comunicado da Comissão Europeia.

Uma massificação desta tecnologia está ainda a vários anos de distância. Por ora, “a UE e o Brasil comprometeram-se a desenvolver uma definição global da 5G e a identificar os primeiros serviços (por exemplo, automóveis conectados, Internet das Coisas ou transmissão vídeo em fluxo contínuo de muito alta definição) que deverão ser assegurados por redes 5G”, explica a nota da Comissão.

O bloco europeu e o Brasil vão também “colaborar para definir normas comuns a fim de garantir uma posição mais forte na cena mundial”. Por fim, o acordo abre caminho a investigação conjunta sobre a aplicação da tecnologia em áreas como o agro-alimentar, a educação, a saúde, os transportes e a energia.

A parceria foi assinada em Barcelona, onde decorre o Mobile World Congress, o maior evento do sector, pelo comissário europeu responsável pela Economia e Sociedade Digitais, Günther Oettinger, e pelo ministro brasileiro das Comunicações, André Figueiredo. A União Europeia já tem parcerias semelhantes com a Coreia do Sul, o Japão e a China.

“Nem a Europa nem o Brasil podem dar-se ao luxo de ficar para trás na era digital. Com o acordo de hoje, comprometemo-nos, nomeadamente, a cooperar para implantar o 5G em sectores verticais, como os transportes e a energia”, afirmou Günther Oettinger.

A preocupação europeia é causada, pelo menos em parte, pelo que aconteceu com o 4G (que é actualmente vendida pelos operadores) – a Europa liderou o desenvolvimento desta tecnologia, mas a adopção acabou por ser mais acelerada nos EUA.

A UE já tem traçado um plano de investimento significativo na nova tecnologia. Ao todo, deverão ser aplicados 700 milhões de euros até 2020 no desenvolvimento do 5G. As empresas europeias do sector deverão desembolsar cinco vezes mais. “A corrida está lançada: temos quatro anos para fazer isto acontecer”, disse Oettinger. 

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