Executivo do jogo Angry Birds diz que as consolas estão “a morrer”

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Uma imagem do jogo Angry Birds

O responsável máximo pelo Angry Birds, um muito popular jogo para iPhone e Android, argumenta que o modelo de negócio das consolas não vai resistir à popularidade dos jogos baratos para telemóveis.

No conhecido evento de tecnologia South by Southwest, em Austin, no Texas, Peter Vesterbacka, da Rovio (a empresa finlandesa por trás do fenómeno Angry Birds), defendeu que os jogos para consolas - cujos preços tipicamente se situam nas dezenas de euros - são muito caros e que no sector dos smartphones e tablets pequenas empresas conseguem produzir jogos mais rapidamente.

A Rovio é um exemplo deste modelo. O Angry Birds é um jogo de gráficos simples, em que pássaros são arremessados com uma fisga contra casas onde estão abrigados porcos – o objectivo é destruir a casa e muitos milhares de pessoas acham o conceito apelativo e viciante.

O título tem tido um enorme sucesso, é uma presença constante nas listas de jogos mais descarregados para iPhone e tem tido presença abundante nos media, incluindo em conhecidos programas televisivos, como o The Daily Show, de Jon Stewart, e o programa de Conan O’Brien.

Na loja da Apple, custa 79 cêntimos e quem não precisar de centenas de níveis pode experimentar versões gratuitas, com menos níveis. Na loja oficial do Android estão disponíveis duas versões grátis.

Os jogos para smartphones (sobretudo para o iPhone e para o crescente mercado de modelos Android) está a agitar a indústria dos videojogos. Uma das razões é precisamente o facto de estes jogos serem muito baratos quando comparados com a esmagadora maioria dos jogos para consolas.

Mesmo um jogo sofisticado pode custar poucos euros para quem o quiser ter no smartphone. A mais recente versão do jogo FIFA (uma das mais conhecidas séries de jogos de futebol, que tem a chancela da gigantesca produtora Electronic Arts) custa apenas quatro euros para ser jogado no iPhone. Muitos jogos custam bem menos do que isso e vários são até gratuitos.

Muitas empresas de videojogos estão a apostar neste sector e estão a criar versões dos seus jogos para smartphones, o que inclui com frequência reedições de jogos antigos, em que o desenvolvimento já está feito e é apenas necessário fazer a transposição para a nova plataforma (a Sega, por exemplo, reeditou vários títulos). Muitas outras empresas têm surgido para desenvolver títulos especificamente para telemóveis e tablets. E mesmo programadores independentes têm a possibilidade de conseguir comercializar um jogo com sucesso, dado que não precisam de uma editora para entrarem no canal de distribuição.

Recentemente, a Sony anunciou que alguns dos jogos para o primeiro modelo da PlayStation iam estar disponíveis para alguns telemóveis com Android (que a empresa também produz) – será a primeira vez que estes títulos poderão ser jogados em aparelhos que não as consolas da empresa.

A previsão de Peter Vesterbacka já foi, porém, contestada na Web. Os best-sellers dos videojgos continuam a ser produtos procurados por milhões. Por exemplo, o jogo Call of Duty: Black Ops, que está disponível para consolas da Microsoft, Nintendo e Sony (e para computadores), atingiu a semana passada o estatuto de jogo mais vendido de sempre. Dependendo da plataforma, pode chegar a custar, em Portugal, um pouco mais de 70 euros.

A própria Rovio, embora Angry Birds tenha conquistado a popularidade graças ao iPhone, faz questão de estar presente noutras plataformas, incluindo as PlayStations 3 e Portátil e em computadores pessoais. Em breve chegará ao Facebook. Recentemente, a empresa conseguiu um financiamento de firmas de capital de investimento na ordem dos 30 milhões de euros.

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