Um trabalhador de 50 anos morreu este sábado num acidente na barragem de Foz Tua. A EDP, dona da obra, esclareceu em comunicado que o trabalhador sofreu uma queda de 10 metros, durante uma operação “efectuada dezenas de vezes ao longo de cada dia”. A mesma fonte garantiu ainda que “os trabalhos na frente foram suspensos de imediato” para se proceder “à recolha e averiguação de dados mais objectivos”.

Fonte oficial da EDP explicou, na nota enviada à imprensa, que “o acidente ocorreu durante uma operação de elevação de cofragem, no paramento de jusante da barragem, operação esta que é efectuada dezenas de vezes ao longo de cada dia”. O comunicado adianta que o trabalhador “sofreu uma queda em altura de cerca de 10 metros” e que, depois do acidente, “os trabalhos na frente foram suspensos de imediato” para se proceder “à recolha e averiguação de dados mais objectivos”.

De acordo com as informações da EDP, o acidente ocorreu entre as 23h e as 0h na noite de sexta-feira para sábado. O trabalhador “que se encontrava na obra desde o início das betonagens da barragem [Agosto2013], tendo anteriormente trabalhado noutras barragens, pertence à empresa subempreiteira da Barragem Foz Tua, ACE”, esclarece a nota.

Ao PÚBLICO, o comandante dos Bombeiros de Alijó explicou que esta corporação foi chamada ao local pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, através do 112, por volta das 0h14 e que, quando lá chegou, a vítima já estava imobilizada pela enfermeira de emergência que trabalha na própria barragem. De acordo com o comandante, a vítima já não se encontrava no local da queda, mas sim no ponto de encontro previsto no plano de emergência da obra.

Segundo o comandante, o trabalhador foi transportado do local da queda para esse ponto por uma equipa da obra: “Foi uma equipa da obra que o retirou. Nós não temos acesso ao local”, explicou, acrescentando que foi também chamada ao local a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Real e foram estes profissionais que declararam o óbito. No local esteve também a Guarda Nacional Republicana.

Ainda de acordo com as informações prestadas pelos bombeiros de Alijó, aquela obra nunca pára, trabalha 24 horas, com turnos diários e nocturnos. Quanto ao cumprimento das condições de segurança, o comandante contou que, quando os bombeiros chegaram ao local, puderam verificar que o trabalhador “tinha o equipamento de protecção ao lado”, incluindo capacete, ou seja, estaria a usar esse equipamento no momento da queda, tendo sido apenas retirado depois.

Sobre as circunstâncias exactas em que o acidente ocorreu, o comandante disse que os bombeiros não as podem “precisar”, por não terem delas conhecimento, mas que o mesmo está a ser investigado. Outra fonte dos bombeiros de Alijó disse apenas que o trabalhador caiu de uma plataforma nas obras da barragem e que, no local onde ocorreu o acidente, a obra está parada e a ser investigada pela Autoridade para as Condições do Trabalho.

Não é a primeira vez que acontece um acidente mortal nesta obra, que emprega actualmente cerca de 800 trabalhadores. Já em Janeiro de 2012 uma derrocada matou três trabalhadores.