Tal como Português, exame de História do 12.º ano surpreende pela facilidade

Das invasões de Napoleão ao Estado Novo de Salazar, o exame de História A do 12.º ano abrangeu um extenso programa mas foi “mais fácil” do que o esperado.

O exame de História A do 12.º ano chamou à Escola Secundária Filipa de Vilhena 36 estudantes
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O exame de História A do 12.º ano chamou à Escola Secundária Filipa de Vilhena 36 estudantes Fernando Veludo
Pedro Figueiredo, 18 anos
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Pedro Figueiredo, 18 anos Fernando Veludo
Rita Mourão, 19 anos
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Rita Mourão, 19 anos Fernando Veludo
Joana Almeida, 20 anos
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Joana Almeida, 20 anos Fernando Veludo
Luís Cunha, 18 anos
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Luís Cunha, 18 anos Fernando Veludo
Janaína Silva, 19 anos
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Janaína Silva, 19 anos Fernando Veludo

Depois da 1.ª fase da época de exames do ensino secundário ter arrancado na semana passada, o exame nacional de História A voltou a trazer na manhã desta segunda-feira às escolas milhares de alunos.

Entre os 16.710 inscritos, 36 estudantes realizaram a prova na Escola Secundária Filipa de Vilhena, no Porto. O exame nacional — que, pela primeira vez desde 2006, testou os conhecimentos de dois anos e não apenas do 12.º ano — correu “melhor do que o esperado” aos alunos de Línguas e Humanidades.

Desde as invasões francesas ao Estado Novo português, passando pela hegemonia das superpotências da União Soviética e Estados Unidos, a prova foi encarada com “descontracção” pela maioria dos alunos ouvidos pelo PÚBLICO. O testemunho de cinco desses estudantes.

1. A matéria que saiu no exame foi a que trabalharam nas aulas?2. Como correu o exame?
3. Houve alguma pergunta particularmente difícil?
4. Como é que se preparou para o exame?

Pedro Figueiredo, 18 anos

1. Foi tudo abordado nas aulas, sim. A parte das invasões francesas e da fuga para o Brasil era relativa ao 11.º ano, por isso, foi só uma abordagem geral desses tópicos. Mas acho que facilitou porque muitos de nós, incluindo eu, já estávamos relativamente esquecidos e a professora fez um bom trabalho a relembrar algumas partes que ela pensava que poderiam sair no exame.

2. Pensava que ia ser mais difícil mas acho que até foi acessível, mais até do que os exames dos outros anos. Saiu Portugal, o Estado Novo, o confronto bipolar entre as duas potências da União Soviética e os Estados Unidos, uma questão sobre as invasões francesas e uma parte sobre a fuga da família real para o Brasil.

3. Foi a última, a questão do confronto bipolar entre as duas superpotências, porque engloba muita coisa como a escalada armamentista, a era espacial, a questão da divisão da Alemanha, engloba vários tópicos e nós, ao querermos escrever tudo, podemos esquecer algum.

4. Estudei a par do exame de Português, com maior incidência para o de Português, neste caso. Mas fiz resumos sobre toda a matéria e fui rever a do 11.º ano. Estava descontraído porque é essencial estar e o sentimento geral é que muita gente pensava que ia ser muito mais difícil.

Rita Mourão, 19 anos

1. Este ano não tive aulas, estou a trabalhar e já tinha feito o exame de História no ano passado. O que tirar no exame é aquilo com que fico no final do ano.

2. Nem correu bem nem mal. Acabamos por ter muito mais que estudar porque, se já a matéria de 12.º ano, por si só, é complicada, com mais a de um ano é claro que ainda mais complica. Apesar de estudar mais ser bom para os nossos conhecimentos, acaba por abranger muito mais matéria para o exame. Não estava à espera de nada, por isso, agora é uma questão de ver os resultados.

3. A última, claro, a pergunta com maior valor. É muito grande e é um bocado complicado por causa do tempo que temos para fazer o exame.

4. Estudando em casa, porque trabalho e só depois de sair é que podia ter tempo para estudar. Fui fazendo resumos e vendo aquilo que tive no ano passado, porque já tinha tido História.

Joana Almeida, 20 anos

1. Sim, toda, nada surpreendeu. A matéria do 11.º ano até facilitou porque era mais fácil.

2. Não estava a pensar em nada mas foi mais fácil do que estava à espera.

3. A última, sobre as tendências do mundo bipolar nos problemas do mundo actual. Fui mais pelo que estava nos documentos, que ajudava bastante.

4. Estudando bastante. Não fiz exames de outros anos e fui pelo manual de ajuda ao exame.

Luís Cunha, 18 anos

1. Sim, mas foi cortada bastante matéria. Tendo em conta que tínhamos que estudar cerca de seis livros, acabei por me concentrar muito menos nos conteúdos que saíram, o que vai reflectir-se na nota, de certeza.

2. Correu melhor do que o esperado, penso que foi bastante acessível, por acaso. Acabou por sair apenas no primeiro grupo matéria do 11.º ano, como múltiplas. Pode ser um bónus para os alunos que têm menos atenção à matéria do 12.º ano.

3. Definitivamente, a última, por falta de tempo e por ter que integrar quatro documentos diferentes.

4. Estudando, fazendo alguns resumos e lendo a matéria vezes sem conta.

Janaína Silva, 19 anos

1. Alguma sim, mas não houve nada de surpreendentemente novo. Acho que estava mais ou menos preparada pelo que já tinha visto nas aulas a que fui.

2. Mais ou menos, era um bocadinho complicado para uma pessoa que já anulou a disciplina e estava só a fazer exame. Foi um bocado difícil. Sinceramente, acho que a matéria de 11.º ano dificultou as coisas, seria muito melhor ser só de um ano.

3. A última. Era uma pergunta enorme, tínhamos que desenvolver coisas mesmo complicadas e uma pessoa fica mesmo confusa sobre o que é que vai escrever.

4. Só através de resumos.

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