Propinas no superior podem chegar aos 1066 euros

Estudantes terão que desembolsar mais 29 euros para estudar numa universidade no próximo ano lectivo.

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O aumento do valor das propinas está indexado à taxa de inflação Sérgio Azenha

As propinas no ensino superior vão bater um novo recorde no início do próximo ano lectivo. Os estudantes terão que desembolsar mais 29 euros por ano, fazendo subir o preço da frequência das universidades e institutos politécnicos para 1066,20 euros. Este aumento está indexado à taxa de inflação, pelo que o valor máximo que pode ser cobrado pelas instituições aumentará 2,8% a partir de Setembro.

A decisão de aumentar o tecto máximo das propinas ainda não é oficial. Os conselhos gerais das universidades apenas se pronunciarão sobre este tema no início do segundo trimestre do ano, mas a Lei de Financiamento do Ensino Superior define que as instituições podem definir o valor das suas propinas entre um patamar mínimo e um valor máximo, que todos os anos é actualizado de acordo com a taxa média de inflação. Os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos ao último ano apontam para um valor de 2,8%, o que fará subir a propina máxima em 29 euros.

As contas surgem na edição desta segunda-feira do Diário Económico e foram confirmadas pelo PÚBLICO junto das instituições de ensino superior. A confirmar-se, este será o segundo maior aumento do valor das propinas em dez anos, sucedendo à actualização feita há um ano.

O Ministério da Educação e Ciência não comenta esta possibilidade, lembrando apenas que a actualização do preço máximo das propinas decorre da Lei de Financiamento do superior. O PÚBLICO ainda não conseguiu obter ainda uma reacção do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Públicos (CCISP).

 Nove cobram valor máximo
No início deste ano lectivo, a propina máxima tinha subido 37,49 euros, o que fez com o seu valor chegasse aos 1037,20 euros anuais, ultrapassando pela primeira vez a “barreira psicológica” dos mil euros, o que motivou protestos da maioria das associações académicas.

Em Março, o CRUP aprovou uma recomendação para que as instituições procedam a um aumento de cerca de 30 euros no valor da propina máxima no próximo ano lectivo para poder financiar um fundo de apoio aos estudantes em dificuldades financeiras. A decisão foi confirmada meses depois pelos conselhos gerais das várias instituições, o que levou a que oito das 15 universidades públicas tivessem aumentado o valor das propinas durante o ano passado. As restantes alertavam já nessa altura para os custos elevados da frequência no superior, que podiam afastar os estudantes. Entre os politécnicos, apenas um instituto cobra o valor máximo.

O diploma legal em causa é de 2003, altura em que as propinas máximas que podiam ser cobradas aos estudantes do superior custavam 852 euros por ano, mas desde então o custo já teve uma actualização de 25% e tem um peso cada vez maior nos orçamentos das universidades.

Segundo um estudo da rede europeia Eudydice, relativo ao ano lectivo 2011/2012, os quase mil euros de propina máxima então cobrados pelas universidades portuguesas colocavam na altura o país entre os mais caros da Europa para se estudar no ensino superior. O relatório coloca Portugal no 10.º lugar, tendo em conta o valor cobrado pelas propinas nas instituições públicas, que variou entre os 631 e os 999 euros.

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 

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