Parlamento quer tornar obrigatória formação em reanimação dada em escola de Sines

Escola Secundária de Sines dá formação em suporte básico de vida desde 2007 e CDS-PP quer alargar iniciativa a todo o país.

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A formação dura 90 minutos e é realizada uma vez por ano, nas aulas de Educação Física Enric Vives-Rubio/arquivo

Os alunos da escola secundária de Sines aprendem suporte básico de vida há seis anos, uma formação que o Parlamento recomendou recentemente ao Governo que seja obrigatória para as turmas do terceiro ciclo do ensino básico.

A aprendizagem dos preceitos para apoiar vítimas até à chegada das equipas de socorro foi introduzida na Escola Secundária Poeta Al Berto, no ano lectivo de 2007/2008, pelas mãos da professora de Educação Física Sílvia Pombo, responsável por esta disciplina e pela segurança do estabelecimento escolar.

Agora o CDS-PP apresentou um projecto de resolução do CDS-PP, aprovado com os votos favoráveis do PSD, BE e Partido Ecologista “Os Verdes” e a abstenção do PCP e do PS, que recomenda que a formação tenha uma duração total de seis a oito horas e que seja ministrada através de parcerias com as instituições ligadas ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

A docente Sílvia Pombo acredita que é um dever estar-se preparado para, “a qualquer momento, auxiliar o próximo”, pelo que tratou de integrar a formação em suporte básico de vida no plano de emergência escolar obrigatório, dirigido a professores, funcionários e alunos. Passados dois anos, a actividade passou a ser dinamizada pelo Gabinete de Educação para a Saúde da escola alentejana, a par de outros temas como a alimentação, as dependências, a educação sexual ou a saúde oral, entre outras.

O coordenador desta estrutura escolar, Fernando Arriaga, assegurou à agência Lusa que “a receptividade dos alunos tem sido boa”. A formação na Escola Secundária Poeta Al Berto, que abrange estudantes do 7.º ao 12.º anos de escolaridade, é realizada uma vez por ano, nas aulas de Educação Física. Para quem está a ter contacto com o tema pela primeira vez, a apresentação dura 90 minutos, ficando reservada para os alunos “repetentes” uma “reciclagem” com metade do tempo.

Fernando Arriaga entende que esta formação deve ser sempre realizada por todos os alunos, no entanto, nem sempre tal é possível, devido ao calendário de actividades da escola, pelo que a acção é “concentrada” nas turmas de 7.º e 10.º anos. É o que acontecerá este ano lectivo, no terceiro período, que arranca a 2 de Abril, após as férias da Páscoa.

O investimento da escola nesta actividade, segundo Fernando Arriaga, “é mínimo”, uma vez que a formação é garantida a título gratuito e voluntário por profissionais da Associação de Nadadores-Salvadores do Litoral Alentejano (Resgate). O coordenador desta associação, António Mestre, defende que estas técnicas devem ser ensinadas desde cedo, pois, muitas vezes, as crianças são as únicas pessoas disponíveis para, por exemplo, socorrer imediatamente um familiar em paragem cardíaca.

O responsável da Resgate espera que o Governo siga a recomendação aprovada na Assembleia da República, a 22 de Fevereiro, de introduzir no 3.º ciclo do ensino básico das escolas nacionais, já no ano lectivo de 2013/2014, uma formação, de frequência obrigatória, em suporte básico de vida, “que só peca por tardia”.

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