"Os portugueses são como nós"

Hasan Mansour é um dos estudantes sírios que chegou a Portugal ao abrigo da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios

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Paulo Pimenta

Hasan Mansour está em Portugal há um ano e meio, mas já se sente “em casa”. Tem 25 anos, é licenciado em arquitectura e integra o mestrado em Planeamento e Projecto Urbano, na Universidade do Porto. Hasan é um dos estudantes sírios que veio para Portugal ao abrigo da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, promovida pelo ex-Presidente Jorge Sampaio. São jovens que saíram do país de onde nasceram para fugir a uma guerra que assola a Síria desde 2011. “Eu e a minha família mudámo-nos de Damasco para Tartus”, conta ao PÚBLICO.

O pai era advogado, mas a guerra tirou-lhe a possibilidade de continuar a trabalhar na capital síria e, por isso, decidiram mudar-se para outra zona do país, explicou o jovem, no debate sobre integração dos refugiados em Portugal, que esta quarta-feira decorreu na Reitoria da Universidade do Porto. A família ficou na Síria, mas Hasan veio para Portugal. A integração não foi difícil. Até ao momento, foi bem recebido pelos portuenses e acha que, apesar de tudo, Portugal não é muito diferente da Síria. “Sinto que estou em casa. Toda a gente me trata bem e não sinto que sou diferente dos outros”.

Ainda não sabe falar português, mas consegue perceber quase tudo o que lhe dizem. Quanto ao futuro, gostava de voltar para a Síria mas só "quando puder fazer alguma coisa”. Para já, quer continuar os estudos em Portugal e, depois de isso, “arranjar um bom emprego”. Tal como lhe aconteceu, Hasan acredita que os refugiados que chegarão ao nosso país, vão ser bem recebidos, e garante que podem ser eles próprios, pois, observa, “os portugueses são como nós” .

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