Nuno Crato admite contratação de "alguns milhares" de professores esta semana

Foto
Nuno Crato Daniel Rocha

O ministro da Educação, Nuno Crato, afirmou nesta segunda-feira que existem "alguns milhares" de professores que estão a ser contratados e que vão ser colocados ainda esta semana.

"Está tudo a ser preparado para que a abertura do ano escolar corra sobre rodas. Ainda haverá colocação de alguns professores. Existem alguns milhares de professores que estão a ser contratados e que esta semana vão ser destacados", disse, durante uma visita à Escola Secundária da Moita.

O ministro recusou a ideia de que as contratações estão a ser feitas tarde e defendeu que as colocações foram feitas "da forma mais racional possível".

"Não é tarde, é o início do ano lectivo e é a altura em que essas contratações são feitas. Este ano passou-se algo diferente, pois foi feito o concurso quadrienal e nós quisemos que as colocações fossem feitas da forma mais racional possível", afirmou.

Ministro entrou por porta lateral
Cerca de meia centena de elementos da comunidade educativa estiveram em protesto junto à escola, mas não se cruzaram com o ministro, que entrou por uma porta lateral.

Presente no protesto, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, criticou as políticas do Governo e prometeu acções de luta em todas as escolas que o ministro da Educação e Ciência irá visitar. "Vamos protestar em todo o lado que este ministro vá. É preciso ter um grande lata e não ter vergonha na cara para andar a destruir o futuro da escola pública e da educação neste país, para despedir, sem regra, tudo o que são professores contratados e depois aparecer como se não fosse nada com ele", disse Mário Nogueira.

"Não encontramos razões para este ministro entrar ainda numa escola pública. Esta é uma política de terra queimada e assim, dificilmente, nasce alguma coisa fértil", acrescentou.

"Não vi nenhuma manifestação. Existem sindicalistas e dirigentes do sindicato que estarão a exercer o seu direito à manifestação à porta. Eu vim falar com os professores e com o director da escola e vamos ter uma reunião de trabalho", disse Nuno Crato.

Mário Nogueira revelou que, a poucos dias do arranque do novo ano letivo, as escolas têm falta de pessoal auxiliar e de professores. "Hoje, o desânimo e desencanto dos professores é enorme. Existem 18 mil professores com horário zero, que o Ministério da Educação desenrascou alguma coisa para fazer, mas que sabem que a mobilidade especial é uma ameaça que paira sobre si", salientou.

O secretário-geral da Fenprof garantiu que a luta vai continuar. "A indignação chega e um ponto em que se confunde com revolta. Um dia destes estaremos todos na rua. A CGTP tem uma manifestação marcada para 19 de Outubro e com certeza que será uma grande manifestação", concluiu.

Sugerir correcção
Comentar