Luta contra a pobreza deve estar na agenda dos políticos, diz Cavaco

Presidente da República na entrega dos prémios Champalimaud de Visão.

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A luta contra a pobreza e exclusão deve estar na agenda dos responsáveis políticos, considerou nesta quarta-feira o Presidente da República no encerramento da entrega dos prémios Champalimaud de Visão.

No final da sessão, Aníbal Cavaco Silva apenas comentou aos jornalistas que tinha estado em contacto com o Presidente da Câmara Municipal de Carregal do Sal a quem deu os pêsames pelo falecimento de um bombeiro da corporação local, o sexto “soldado da paz” que faleceu na recente onda de incêndios que assolam o país.

“Na Europa, sobretudo no período que vivemos de crise financeira e económica, a luta contra a pobreza e a exclusão social deve estar na agenda dos responsáveis políticos dos Estados-membros, o que nos responsabiliza a todos face à necessidade de encontrar novas soluções que garantam um nível de vida digno a todos os cidadãos”, disse o Presidente da República. A importância desta frase advém de estar inscrita num breve discurso, de apenas duas páginas e meia, e vir na sequência de outra afirmação.

“A Saúde, a par com a Educação, assume naturalmente um papel primordial no combate à pobreza e na promoção de um crescimento económico sustentável”, considerou Cavaco Silva.

Uma importância que, sublinhou o Presidente da República, não se confina, apenas, aos países mais desenvolvidos. Numa cerimónia na qual os prémios 2013 da Fundação Champalimaud foram atribuídos a quatro organizações não governamentais do Nepal, Cavaco fez questão de um enfoque mais vasto: “Nestes domínios [Educação e Saúde] muito há ainda para fazer, em particular nos países em desenvolvimento, mas também em países mais desenvolvidos”.

Esta frase foi ouvida por uma assistência em que se destacavam o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o titular da pasta da Educação, Nuno Crato,o ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, e os secretários de Estado Pedro Lomba e Fernando Leal da Costa.

“Estou cada vez mais convencido da necessidade de vencermos esse desafio através de soluções flexíveis e inovadoras, que envolvam maior responsabilização das organizações não-governamentais e dos cidadãos em geral e uma maior concertação entre a acção do Estado e as iniciativas da sociedade civil”, destacou Cavaco.

Na assistência estava Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa da Misericórdia, e uma nutrida representação doa sociedade civil: Fernando Ulrich, do BPI, o banqueiro Horta Osório, Silva Peneda, presidente do Conselho Económico e Social, Artur Santos Silva e Carlos Melancia, máximos responsáveis, respectivamente, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Oriente.

Foram, assim, três os parágrafos em que o Presidente da República fugiu à temática dos prémios que entregava e à figura de quem os instituiu, António Champalimaud. Uma opção deliberada. “Hoje não quero tirar espaço ao prémio Champalimaud”, disse Cavaco Silva à saída. A única concessão à realidade foi a revelação: “Falei com o presidente da Câmara de Carregal do Sal para dar os pêsames pelo falecimento do bombeiro”.

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