Inglês dos alunos do 9.º ano começa hoje a ser testado

Cerca de 120 mil estudantes vão fazer a prova criada pela Universidade de Cambridge, que este ano tem um nível mais exigente. Fenprof tem greve marcada ao serviço da prova.

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O teste é obrigatório para todos os alunos do 9.º ano e facultativo para os mais novos e os mais velhos Adriano Miranda

Um ano depois do teste Key for Schools, os estudantes nacionais voltam a pôr à prova os seus conhecimentos em inglês através de um teste criado pela Universidade de Cambridge.

Este ano, terão que responder ao Preliminary English Test for Schools (PET), que corresponde a um nível mais elevado de exigência. Mas, tal como no ano passado, a sua implementação tem sido marcada por polémica, que já levou ao adiamento por uma semana do início da avaliação da oralidade, e motivou uma greve de professores a todo o serviço associado.

A parte oral do PET começa esta segunda-feira e prolonga-se até 22 de Maio. Já a prova escrita será feita pelos estudantes no dia 6 de Maio. O Instituto de Avaliação Educativa (Iave), responsável pela organização da prova, não tem ainda os números finais de inscritos, mas, atendendo ao que aconteceu no ano passado, deverão ser cerca de 120 mil os estudantes que vão responder ao PET. O teste é obrigatório para todos os alunos inscritos no 9º ano e também pode ser feito por alunos que estejam a frequentar os 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e o ensino secundário, com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos. Para quem pretender obter um certificado, as inscrições arrancam esta terça-feira e obrigam ao pagamento de 25 euros.

Aquele organismo público desconhece também o número de professores classificadores, que estiveram em formação para esta prova até à passada sexta-feira. Pelas contas da Federação Nacional de Professores (Fenprof), serão cerca de 2200 os docentes envolvidos no processo, entre os que fazem os testes de oralidade e os classificadores da prova escrita. A federação sindical marcou uma greve nacional a todo o serviço relacionado com o PET, iniciada na passada segunda-feira – quando começava o período de formação para os docentes encarregues da classificação das provas – e que se prolonga até ao dia da parte escrita da prova.

A greve foi convocada pelo facto de os docentes terem sido “obrigados a frequentar acções de formação com prejuízo das suas próprias aulas” sendo que “não podem ser forçados a fazer um trabalho que resulta num acréscimo em relação ao que lhes estava atribuído”, de acordo com o dirigente sindical Mário Nogueira. De acordo com a Fenprof, a recusa a prestar serviço à prova ‘Cambridge’ não poderá ter qualquer custo para os professores de Inglês – ou seja, o dia de trabalho não lhes pode ser descontado, porque a greve é apenas àquele teste e não ao restante serviço que têm distribuído na sua escola nesta segunda-feira.

Já a Confederação Nacional das Associação de Pais considera a realização do PET “uma boa medida”, que “diluiu a desigualdade de oportunidades”, uma vez que torna acessível a todos os alunos do ensino público um tipo de teste que já existia em vários estabelecimentos de ensino privado. 

O PET será feito, pela primeira vez, nas escolas nacionais, e toma o lugar do teste Key for Schools, realizado no ano passado, também desenvolvido pela Cambridge English Language Assessment, uma organização sem fins lucrativos pertencente à Universidade de Cambridge. A prova deste ano tem um nível mais elevado, permitindo uma certificação internacional do nível de inglês dos alunos.

Os resultados do primeiro teste aplicado pelo Ministério da Educação, concebido pela Universidade de Cambridge  e feito por mais de 120 mil alunos ficaram aquém do esperado – segundo os dados fornecidos em Julho pelo Iave, 47,2% dos alunos do 9.º ano ficaram "abaixo do nível de referência” para o Key for Schools. Mas isso não impediu que, no mesmo dia em que as classificações foram divulgadas, o Ministério da Educação e o Iave anunciassem a intenção de este ano aplicar o teste PET, ou seja, o nível seguinte.

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