Greve dos enfermeiros chega esta quinta-feira à Região Norte

No Centro a adesão foi superior aos 70% e afectou "a generalidade dos hospitais e centros de saúde", segundo o sindicato

Foto
Nuno Ferreira Santos

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), José Carlos Martins, afirmou, nesta quarta-feira, que a greve de um dia destes profissionais na Região Centro afectou a generalidade dos hospitais e centros de saúde, obrigando ao adiamento de cirurgias programadas e de consultas externas e de enfermagem. Nesta quinta-feira os mesmos efeitos serão sentidos na Região Norte, prevê o dirigente.

Segundo o SEP, no turno da noite desta quarta-feira a adesão à greve foi de 72,8% e no da manhã de 70,1%.O suficiente para provocar o adiamento de cirurgias, segundo confirmaram, em declarações à SIC e à Antena 1, doentes do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) que viram as intervenções adiadas, “em princípio, para Outubro”.<_o3a_p>

Com as greves, que começaram em Lisboa, Alentejo e Algarve, entre 11 e 13 de Agosto, e que nesta quarta e quinta-feira se estendem às regiões do Centro e Norte, respectivamente, o SEP reclama a reposição das 35 horas semanais de trabalho, a admissão de mais enfermeiros e o imediato reposicionamento dos profissionais com contrato individual de trabalho na primeira posição da grelha salarial, bem como apresentação de contrapropostas, por parte do Governo, em relação à grelha salarial para enfermeiros e ao suplemento remuneratório para especialistas.<_o3a_p>

O alegado sucesso da paralisação desta quarta – do ponto de vista do SEP – não contribuiu, contudo, para aproximar posições entre sindicato e Ministério da Saúde. Em nota de imprensa divulgada ao princípio da tarde desta quarta-feira, o a tutela frisou o esforço feito na contratação de enfermeiros; José Carlos Martins respondeu sublinhando que,“ apesar disso, foram mais os que saíram do que os entraram", precisamente "devido à falta de condições de trabalho e de remuneração adequada”, e que os que estão a trabalhar se encontram "absolutamente exaustos”.<_o3a_p>

No mesmo comunicado, o Ministério da Saúde refere que a proposta já apresentada pelo Governo às estruturas sindicais "visa proceder à harmonização do regime remuneratório através da celebração de um acordo colectivo de trabalho", que permitirá "o reposicionamento remuneratório dos trabalhadores enfermeiros contratados que aufiram remuneração inferior à primeira posição remuneratória" da tabela aplicável a quem tem um contrato de trabalho em funções públicas. A afirmação, contudo, indignou o presidente do sindicato, que disse que ela traduz “uma chantagem intolerável”, já que “o reposicionamento não depende da celebração do acordo colectivo de trabalho”.<_o3a_p>

O Governo recorda ainda que foram agendadas duas novas reuniões, a 25 de Agosto e a 8 de Setembro, tendo esta última sido adiada para 15 de Setembro a pedido das estruturas sindicais. Mas mesmo neste aspecto há duas versões: José Carlos Martins garante que nunca esteve marcada qualquer reunião para o 25 de Agosto e que o reagendamento do encontro de 8 de Setembro ocorreu a pedido da tutela. “Não entendo o que pretende o ministério – talvez inventar uma reunião que nunca esteve marcada para justificar a afirmação de que, devido às greves, suspenderia as negociações. Algo sem efeito prático, na medida em que elas não estavam em curso”, afirmou, em declarações ao PÚBLICO.<_o3a_p>

 <_o3a_p>

Sugerir correcção
Comentar