Instituto superior de Lisboa lança campanha para ajudar alunos em dificuldades

Não existem ainda dados oficiais quanto ao impacto da crise entre os estudantes do ensino superior.

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Campanha Juntos em Tempos Difíceis arranca amanhã no ISCSP Foto: Dário Cruz

O Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade Técnica de Lisboa vai abrir, quinta-feira, dia 7, uma “conta solidária” destinada a apoiar os alunos desta faculdade que se encontram “em situação de dificuldade comprovada para liquidar as respectivas propinas”, em consequência da actual crise económica.

 O presidente do ISCSP, Manuel Meirinho, informou, numa nota enviada à comunicação social, que os donativos recolhidos serão atribuídos através de concursos a que poderão concorrer alunos “em situação de manifesta carência económica e cuja conclusão de estudos possa estar em causa”. Ao PÚBLICO, Manuel Meirinho indicou que actualmente poderão estar nesta situação entre 50 a 100 alunos do ISCSP.

Na concessão destes apoios será dada prioridade aos alunos que se encontrem na fase final da licenciatura (3.º ano) e que tenham “um bom desempenho académico”, factor que será avaliado sobretudo em função da ausência de unidades curriculares em atraso.  "Seria muito mau que um aluno nesta situação acabasse por não conseguir concluir o curso devido a dificuldades económicas. Procuramos sempre que os alunos não desistam e se, com esta campanha, conseguirmos ajudar 10 ou 15 já seria óptimo", afirmou o responsável  do ISCSP.

A conta onde poderão ser depositados contributos foi aberta pela associação de antigos alunos do ISCSP, uma das entidades que se associaram a esta campanha a que foi dado o nome Juntos em Tempos Difíceis. A ideia partiu de alunos e professores do Executive Master em Psicologia Positiva Aplicada daquela faculdade, foi apadrinhada pela presidência do ISCSP e apoiada pela associação de estudantes, que também se juntou à iniciativa.

Está ainda por fazer o balanço oficial do impacto da crise entre os estudantes do ensino superior, nomeadamente no que respeita ao número de alunos que já abandonaram os estudos devido a dificuldades económicas e quantos, por este motivo, deixaram de pagar as propinas (cerca de mil euros/ano).

Segundo um levantamento feito pelo Jornal de Notícias junto de instituições do ensino superior, em Janeiro seriam já 11 mil os alunos com propinas em atraso, o que corresponde a cerca de 3% do total de inscritos no ensino superior em 2012, o último ano com dados conhecidos. As associações de estudantes do ensino superior falam em 9000 desistências só durante este ano lectivo, que ainda vai a meio.

No mês passado, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) decidiu pôr-se em campo para apurar os “números reais” do abandono escolar no ensino superior. O presidente do CRUP, António Rendas, garantiu, na altura, que os resultados devem ser divulgados em "Março ou Abril, para que as universidades possam ainda intervir sobre o problema este ano lectivo”.

Notícia corrigida às 17h42: altera data de início da campanha

 

 
 
 

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