Enfermeiros fazem mais greves e ameaçam radicalizar luta

Questões salariais estão na base do conflito com a tutela. Esta semana há nova paralisação, desta vez no Centro e Norte do país.

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O sindicato alega que, das quatro propostas apresentadas à tutela, apenas uma obteve uma contraproposta

Os enfermeiros vão estar em greve na quarta e na quinta-feira, nas regiões Centro e Norte do país, para protestar contra a ausência de propostas da tutela, relativamente a questões salariais. E ameaçam radicalizar a luta.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) confirmou nesta segunda-feira, em conferência de imprensa, em Lisboa, a extensão da greve regional, que decorreu em Lisboa, Alentejo e Algarve, de 11 a 13 de Agosto, às regiões do Centro e Norte, nos dias 19 e 20 de Agosto, respectivamente.

O sindicato alega que, das quatro propostas apresentadas à tutela, apenas uma obteve uma contraproposta por parte do ministério, não tendo sido, contudo, ainda concretizada.

Em causa estão a revisão da grelha salarial, o reposicionamento dos actuais enfermeiros nas novas grelhas salariais que forem negociadas, o suplemento remuneratório para enfermeiro especialista e a harmonização salarial dos enfermeiros em Contrato Individual de Trabalho (CIT).

Segundo o SEP, a 27 de Julho o Ministério da Saúde apresentou uma proposta de harmonização salarial para cerca de 10 mil enfermeiros em CIT, mas não os “reposicionou de imediato” e “não apresentou contrapropostas em relação às outras três matérias”, o que justifica esta nova greve, apesar de se manter agendada nova reunião de negociações para 8 de Setembro.

O sindicato sublinha que, apesar das greves de 11, 12 e 13 de Agosto, o Governo, através dos Ministérios da Saúde e das Finanças, continuou sem apresentar contrapropostas negociais e sem resolver outros aspectos apresentados nas reuniões de negociação.

O SEP acusou ainda o ministério de falsidade quando este apresenta os seguintes argumentos: que o “Governo não legisla sobre grelhas salariais”, já que o fez com a criação da carreira de Técnico Especialista em Orçamento e Finanças Públicas, com uma nova grelha salarial; que “não legisla sobre suplementos”, pois já o fez para médicos que exerçam na periferia; e “que não negoceia as 35 horas semanais”, o que já fez com as forças de segurança.

Sobre a decisão de o Ministério da Saúde suspender as negociações que se encontravam em curso com os enfermeiros, face à greve, que considerou “sem qualquer consequência prática”, que estes profissionais realizaram no dia 11 em Lisboa e Vale do Tejo, o SEP considerou tratar-se de uma “forma de chantagem”.

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