Encontrado corpo que pode ser do último jovem desaparecido no Meco

A confirmação da identidade do jovem só poderá ser feita nos próximos dias pelo Instituto Nacional de Medicina Legal.

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Miguel Manso

Um corpo foi encontrado nesta quinta-feira de manhã na praia da Fonte da Telha, em Almada. Apesar do avançado estado de decomposição, a Marinha admite que poderá ser o cadáver do jovem que integrava o grupo de seis estudantes arrastados por uma onda na praia do Meco, a 15 de Dezembro.

A confirmação só poderá ser feita nos próximos dias pelo Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), já que o avançado estado de decomposição do corpo impediu o seu reconhecimento visual.  Se as análises confirmarem as suspeitas, as autoridades terão conseguido recuperar todos os corpos daquele acidente.

Segundo fonte do gabinete de Relações Públicas da Marinha, o alerta foi dado por uma pessoa que viu o corpo no areal da praia da Fonte da Telha, por volta das 10h30. As autoridades tinham recomeçado ao início da manhã as buscas apenas em terra, devido à forte agitação marítima, na zona entre a Fonte da Telha e o Meco, acrescentou a mesma fonte.

O cadáver seguiu para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde chegou perto das 13h. A assessora de imprensa da unidade, Ana Tomás, adiantou ao PÚBLICO que, quando o corpo chegou, o responsável pela morgue percebeu logo que seria impossível um reconhecimento visual, tendo pedido a colaboração do INML. "Não era sequer perceptível se o corpo era de um homem ou de uma mulher", justifica Ana Tomás.

Contudo, ao fim da tarde, o director da delegação do Sul do instituto, Jorge Costa Santos, garantia que a instituição ainda não tinha recebido qualquer solicitação do hospital. Os familiares de Pedro Negrão, o estudante de 24 anos desaparecido desde 15 de Dezembro, foram alertados, mas terão que ficar à espera da conclusão do reconhecimento do cadáver. O procedimento poderará demorar duas semanas, se for necessário recorrer a análises de ADN.

A confirmar-se que se trata deste jovem, estão concluídas as operações para resgatar os corpos dos seis estudantes. No domingo e na segunda-feira foram encontrados os corpos das quatro raparigas, desaparecidas desde que o grupo de sete jovens foi arrastado por uma onda na praia do Meco, na madrugada de 15 de Dezembro. Um deles conseguiu sair da água e sobreviveu, outro deu à costa já cadáver na manhã do mesmo dia.

Depois de vários dias no mar, os cadáveres estavam irreconhecíveis. Na segunda-feira, Jorge Costa Santos admitia que o reconhecimento fosse possível apenas com a análise de ADN.

No entanto, na véspera de Natal os especialistas do Instituto Nacional de Medicina Legal conseguiram, em conjunto com os técnicos do Laboratório da Polícia Científica da PJ, fazer a identificação. “Foi possível através da autópsia e da identificação dos sinais particulares de cada um, dado que o reconhecimento visual era inviável, devido à deterioração da face”, explica Jorge Costa Santos.

O facto de todos os estudantes usarem o traje académico no momento em que desapareceram, e de restarem apenas “farrapos” quando foram encontrados, dificultou o processo. “Pedimos aos familiares uma lista de elementos como piercings, tatuagens, alterações anatómicas, que permitissem identificá-los”, afirma.

A confirmação “sem margem para dúvidas” foi possível através da análise dos vestígios das impressões digitais, feita pelo Laboratório de Polícia Científica da PJ.

Nesta quinta-feira, as autoridades procuram ainda um tripulante que caiu de um navio de mercadorias com bandeira do Sri Lanka ao largo do Bugio, em Oeiras, à entrada do porto de Lisboa. O acidente aconteceu na terça-feira às 16h, segundo disse à Lusa fonte da Marinha. O comandante do navio alertou o Centro de Buscas e Salvamento, que comunicou o acidente à Marinha.
 

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