Detido italiano que terá burlado dezenas de empresários em Portugal

Fraude provocou prejuízo de dois milhões de euros a 46 vítimas. Burlões prometiam conceder empréstimos milionários e pediam pagamento de despesas antecipado.

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Em Outubro, PJ anunciou detenção de uma portuguesa que será cúmplice do líder da rede agora detido.

A Polícia Judiciária (PJ) comunicou esta quarta-feira que as autoridades italianas detiveram em finais de Março um empresário italiano de 69 anos, suspeito de ser o líder de uma rede que terá burlado 46 empresários em Portugal, num esquema fraudulento que provocou um prejuízo estimado de dois milhões de euros. A detenção foi solicitada pelas autoridades portuguesas, que emitiram um mandado de detenção europeu cumprido pela polícia italiana.

Com a falsa promessa da concessão de empréstimos milionários, os burlões levavam as vítimas, empresários ligados à construção civil, hotelaria e restauração, a pagar antecipadamente avultadas quantias, a título de despesas administrativas. O montante mínimo dos alegados empréstimos era de 10 milhões de euros, um valor que, contabilizadas todas as falsas promessas feitas às vítimas identificadas no processo, atingia os 3,8 mil milhões euros. As instituições de crédito italianas que iriam conceder o financiamento não existiam e o dinheiro nunca chegou aos empresários, que já tinham pago as despesas à cabeça.

“No final do mês de Março, na sequência de mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades portuguesas, foi detido um empresário italiano, de 69 anos de idade, residente em Itália, que coordenava toda a actividade fraudulenta a partir dos seus escritórios em Parma”, precisa a PJ em comunicado.

Entre as vantagens contratuais oferecidas pelo italiano, que se apresentava como gestor de fundos, estaria o facto de os empresário não terem de apresentar garantias para obter os empréstimos e poderem reaver parte do dinheiro gasto no financiamento ao fim de alguns anos.  

“Este empresário encontra-se já referenciado pelas autoridades italianas pela prática de diversos crimes económico-financeiros, aguardando-se a sua extradição para Portugal”, acrescenta a nota da PJ.

O caso está a ser investigado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), no âmbito de um inquérito dirigido pela 8ª. Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa. Em Outubro, a PJ anunciou a detenção de uma mulher de 55 anos, de nacionalidade portuguesa, que seria a angariadora de clientes em Portugal e que se encontra em prisão preventiva.

A investigação continua e a UNCC admite vir a identificar e a constituir como arguidos mais suspeitos, que apoiariam o burlão, em Itália.

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