Crato pediu inquérito sobre queda das candidaturas ao superior

Em Bruxelas, o ministro da Educação não afastou a possibilidade de o número de vagas por preencher estar relacionado com dificuldades económicas.

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Miguel Manso

O ministro da Educação, Nuno Crato, disse esta sexta-feira em Bruxelas que já requereu “à Direcção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência que fizesse uma recolha de dados e um primeiro inquérito” para apurar as razões para o elevado número de vagas por preencher no ensino superior, apesar de pretender que a questão que seja analisada com mais profundidade após a 3.ª fase de candidaturas.

Segundo dados do Ministério da Educação e Ciência (MEC), somando os alunos que se matricularam na 1.ª fase e os que foram colocados na 2.ª, a quebra de novas admissões no superior é de 4% por comparação a 2012, que tinha sido já um dos piores dos últimos anos.

Nuno Crato falava à margem do Conselho Europeu de Ministros para a Competitividade, Mercado Interno, Indústria, Investigação e Espaço. Questionado sobre se o elevado número de vagas por preencher se deve à falta de condições económicas das famílias, o ministro afirmou não dizer ‘que não nem que sim’, mas frisou que o Governo está a fazer o que pode “para que não haja ninguém que queira estudar e deixe" de o fazer "por falta de condições” . “É uma explicação possível, mas temos bolsas de acção social que têm estado a funcionar com grande sucesso, com grande rapidez” comentou, referindo ainda que não só o seu valor médio tem aumentado como também “têm sido atribuídas a mais estudantes nos últimos anos”, especificou.

Frisou, por outro lado, a necessidade de “avançar na adaptabilidade dos cursos às necessidades do país e de incentivar jovens a estudar” e considerou que “os cursos superiores especializados são uma peça importante desse trabalho”.  “Há um desajustamento ainda muito grande entre a oferta e a procura (...) é necessário que as instituições se adaptem rapidamente”, disse, aconselhando os politécnicos “a concentrar ofertas”, conjugando-as entre si e “com as universidades, para que não haja cursos com cinco alunos num local e cursos idênticos com dez alunos noutro”.

Início do ano lectivo e Inglês
Outros dos temas abordados com os jornalistas foram a polémica em torno dos problemas verificados no arranque do ano lectivo nas escolas do básico e do secundário e o fim da oferta obrigatória do Inglês no 1º ciclo. Sobre esta última matéria, Crato frisou que foi o actual Governo “que introduziu o inglês obrigatório ao longo de cinco anos” e “uma prova de nível internacional, feita pela Universidade de Cambridge, para o 9.º ano de escolaridade”, para sublinhar que é necessário “separar o que são actividades de iniciação à língua inglesa, facultativas e de qualidade muito variável", daquilo "que é o currículo do inglês, que tem de ser algo muito sistemático, com um progresso muito sistemático, com programas, metas, avaliações, e que está neste momento ao longo de cinco anos de escolaridade a ser prosseguido” em Portugal.

Sobre os problemas no arranque do ano lectivo, Crato considerou “natural que, em vésperas das autárquicas, as coisas sejam amplificadas” e disse-se seguro de que na segunda-feira tudo estará mais calmo.

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