Chamada de 133 arguidos demora mais de duas horas em arranque de megajulgamento

São 133 arguidos, 204 advogados e 826 testemunhas da acusação. Julgamento de burla ocupou salão nobre dos bombeiros de Valadares, em Vila Nova de Gaia.

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Há 11 corredores de mesas, perpendiculares ao balcão improvisado que alberga o colectivo de juízes Fernando Veludo/Nfactos

A sessão estava marcada para as 9h15, mas a voz da juíza presidente só ecoou no salão nobre dos Bombeiros Voluntários de Valadares às 11h30. O início dos trabalhos deste megajulgamento, que começou esta segunda-feira, teve que esperar mais de duas horas para que os funcionários judiciais concluíssem a chamada dos 133 arguidos acusados de associação criminosa e burla agravada por envolvimento numa rede que se dedicaria a extorquir dinheiros fazendo as vítimas acreditar que tinham contratado publicidade nas páginas amarelas e não a tinham pago.

Mas na enorme sala de Valadares a classe mais numerosa nem são os arguidos. Nos 11 corredores de mesas, perpendiculares ao balcão improvisado que alberga o colectivo de juízes, sentam-se os 204 advogados que intervêm no processo: uma parte representa os acusados e outra os ofendidos que pedem para ser indemnizados. Para ouvir há ainda 826 testemunhas de acusação e um número, ainda indeterminado, de testemunhas das defesas, que ainda estão a apresentar as respectivas contestações.

Para fazerem crer às vítimas que tinham de facto comprado publicidade os arguidos imprimiam falsas listas com os falsos anúncios. E de, forma insistente, contactavam os visados dizendo-lhes que se não cancelassem os serviços teriam que pagar mais um ano de publicidade. O esquema, avançou a juíza presidente esta segunda-feira ao ler uma súmula da acusação, terá lesado centenas de pessoas por todo o país, causando um prejuízo total superior a 3,3 milhões de euros. 

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