Centro Hospitalar do Porto aumenta cirurgias a cancro de pâncreas

Coordenadora da unidade de cirurgia hepatobiliopancreática diz que o aumento é vertiginoso e que o serviço tem efectuado cerca de 50 cirurgias potencialmente curativas por ano.

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Pelo menos 30 cirurgias ilegais foram realizadas na clínica em Pristina Carlos Lopes

O Centro Hospitalar do Porto está em condições de ultrapassar as 50 cirurgias potencialmente curativas por ano a doentes com cancro do pâncreas, disse esta sexta-feira a coordenadora da unidade de cirurgia hepatobiliopancreática, que classificou o aumento de vertiginoso.

"As pessoas ficam em pânico quando ouvem falar de cancro do pâncreas. A grande arma curativa é a cirurgia. E nesse campo temos feito muitos avanços. Tem aumentado vertiginosamente o número de pessoas que temos conseguido operar", afirmou à Lusa a coordenadora da unidade de cirurgia hepatobiliopancreática, Donzília Silva.

Neste sentido, o serviço tem efectuado cerca de 50 cirurgias potencialmente curativas por ano, que representam cerca de 50% dos doentes, e que, "associadas a novos esquemas de quimioterapia têm permitido uma nova chama de esperança em termos de cura" da doença, muitas vezes apelidada de "assassino silencioso".

Questionada sobre se o serviço tem condições para ir além das 50 cirurgias anuais, Donzília Silva responde de forma afirmativa: "Penso que, pelo andar da carruagem, este ano vamos superar esse número. Todas as semanas temos operado doentes com cancro do pâncreas".

"No fundo, nós estamos a conseguir tratar mais e melhor", declarou a cirurgiã.

Donzília Silva afirmou que também em termos etários se tem registado um alargamento dos tratamentos por cirurgia, lembrando que "raramente se operavam doentes acima dos 75 anos", algo que desde o último ano tem acontecido, traduzindo-se em cerca de 20 a 30% do total.

"O cancro do pâncreas é, de todos os cancros, o que tem a taxa de sobrevivência mais baixa, sendo diagnosticados todos os anos em Portugal cerca de 1400 novos casos. Sem melhorias no diagnóstico, estima-se que possa tornar-se a segunda principal causa de morte por cancro até 2030", recordou em comunicado o Centro Hospitalar do Porto, que congrega o Hospital de Santo António, o Hospital Joaquim Urbano, o Centro Materno Infantil do Norte e o Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães.

Esta sexta-feira e sábado realiza-se no Porto o segundo encontro HEBIPA (Hepatobiliopancreática), que reúne especialistas nas áreas do fígado, pâncreas e vias biliares. 

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