Alunos “expectantes” mas “tranquilos” à entrada para o exame de Matemática

Na prova nacional de Matemática A, que decorre nesta quinta-feira, estão inscritos 50 mil alunos do 12.º ano.

Na Escola Vergílio Ferreira, em Lisboa, mais de 300 alunos fizeram esta manhã o exame
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Na Escola Vergílio Ferreira, em Lisboa, mais de 300 alunos fizeram esta manhã o exame Rui Gaudêncio
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À porta da Escola Vergílio Ferreira, em Lisboa, alguns alunos conversam em grupos e fumam. Falam baixo uns com os outros e só começam a olhar para o relógio quando faltam cerca de 15 minutos para as 9h30, hora em que começa o exame nacional de Matemática A. “Estou um bocadinho nervoso, nada de especial”, admite Vicente Xavier, 16 anos, convencido, no entanto, de que a prova vai ser “difícil”.

Para este aluno do 12.º ano do agrupamento Científico-Natural, que quer ir para o curso superior de Biologia, a prova é específica. Tem 13 de nota e espera agora no exame ter “pelo menos” um 14. Apesar de se ter preparado, preferia que não saísse matéria dos dois anos, 11.º e 12.º: "Não vai ajudar sair 11.º ano, porque já não me lembro", diz.

Já Francisco Monteiro, 17 anos, aluno de Economia com expectativa de entrar em Gestão, garante que não está nervoso. Também para este estudante, a prova de Matemática A é específica. “Sair a matéria dos dois anos é tranquilo. Passei uma semana a estudar”, justifica, frisando que não teve explicações.

Os colegas juntam-se à conversa e enumeram, entre outras matérias, aquelas que estão quase certos que vão sair no exame: “Vectores, trigonometria, probabilidades e funções”. Matéria do 11.º dizem que “só” vai sair geometria.

Dentro da escola, o silêncio começa a instalar-se à medida que a hora do exame se aproxima. Minutos antes, ainda se ouve a voz de quem faz a chamada, mas assim que soa o alarme das 9h30, o sossego é absoluto.

Manuela Esperança, presidente da comissão administrativa provisória do agrupamento de escolas Vergílio Ferreira, acha que os alunos estão "expectantes" mas serenos. Mesmo que, no ano passado, as notas desta disciplina tenham sido as mais baixas dos últimos sete anos e a Matemática seja um "fantasma" para muitos, Manuela Esperança não sentiu um nervosismo particular nesta manhã: "Estão serenos, não notei muito nervosismo. Os alunos já perceberam que este ano os exames estão a ser provas mais limpas. São provas que eles e os professores acharam bem elaboradas, o que lhes dá mais tranquilidade. Mas estão expectantes, claro", diz.

Os adolescentes com quem falou mostraram mesmo "confiança": "Acham que trabalharam e que vai correr bem. E os professores insistiram e prepararam os alunos", sublinha. Em dia de exame, nem só os alunos sentem nervoso miudinho: “Os professores também estão ansiosos por ver a prova. Querem saber como vão reagir os alunos", diz Manuela Esperança, que relativiza o facto de alguns estudantes dizerem que não se lembram da matéria do 11.º ano.

"Isso não é bem assim. Por exemplo, em História [área desta docente], ainda que haja conceitos que se repetem, há unidades mais estanques, que ficam em gavetas. A Matemática é uma disciplina de conhecimento em espiral", justifica, acrescentando que, desde o início do ano, os professores programaram revisões.

Nesta escola estão inscritos 320 alunos a Matemática A e apenas seis a Matemática B. No total, no país, fazem estas provas — com 150 minutos e 30 de tolerância — cerca de 53 mil alunos, 50 mil dos quais inscritos no exame de Matemática A.

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