Deputados do PS questionam Governo em relação ao uso de armas químicas na Síria

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Militares turcos patrulham a região junto à fronteira com a Síria Osman Orsal/AFP

Deputados do Partido Socialista (PS) questionaram o Governo sobre a sua posição e sobre o que pensa fazer em relação à utilização de armas químicas no conflito que decorre na Síria, numa pergunta que foi hoje divulgada à imprensa.

A pergunta dos parlamentares, enviada na sexta-feira, foi destinada ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.O texto é assinado pelos deputados socialistas Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Pedro Silva Pereira, Maria Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias.

Os deputados do PS querem saber “o que pensa o Governo fazer, particularmente depois da utilização de armas químicas em larga escala, no sentido de condenar e de contribuir para que as atrocidades que o povo sírio está a viver tenham um fim”.Pretendem saber que “posições já foram assumidas nos fóruns internacionais pelo Governo”.

Os deputados também desejam clarificar porque “o Governo não informou ainda os grupos parlamentares e os partidos da oposição das diligências que já fez ou pensa fazer sobre a guerra civil na Síria”.

A pergunta referiu ainda que a “utilização de armas químicas em larga escala na Síria, que terão feito mais de 1.300 vítimas mortais, é um crime contra a humanidade que não pode ficar impune nem continuar a beneficiar da complacência e cumplicidade da comunidade internacional”.

“Segundo tem sido noticiado, já foram mais de dez as denúncias feitas sobre a utilização de armas químicas na Síria, país que já há várias décadas tem programas de produção e armazenamento deste tipo de armas de destruição” massiva, afirmou o documento.

De acordo com o texto, “as imagens não deixam margem para dúvidas: são crianças, mulheres e homens de todas as idades atingidos por agentes químicos de forma indiscriminada”.

Segundo o texto, “a linha vermelha desta guerra hedionda, que o povo sírio já sofre há mais de dois anos e que já fez mais de 100.000 mortos e perto de dois milhões de refugiados, já há muito foi ultrapassada, mas agora foi para além de tudo aquilo que se podia imaginar”.

Os deputados afirmaram que a comunidade internacional não pode ficar em silêncio e que os inspectores das Nações Unidas devem ter acesso aos arredores de Damasco para identificar os culpados pelos ataques com armas químicas, obtendo ainda outras informações sobre esses actos criminosos.

“Portugal deve também ter um papel activo na condenação destes crimes que diariamente são cometidos na Síria e nos esforços para que o conflito termine”, sublinhou o documento.

Na quarta-feira, um ataque com armas químicas, alegadamente realizado pelas forças armadas do regime do Presidente Bashar al-Assad, teria feito 1.300 mortos, de acordo com a oposição síria. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) referiu mais de 300 mortos.

O Governo sírio negou responsabilidades no ataque.

A guerra civil na Síria, que começou com uma revolta popular contra Bashar al-Assad em Março de 2011, já fez mais de 100 mil mortos, segundo a ONU.

 

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