Unanimismo de Jardim no PSD-Madeira vira unanimismo de Albuquerque

“Sem ressentimentos” em relação ao líder cessante, Miguel Albuquerque recebe apoios do seu antecessor e do presidente do PSD, Passos Coelho. É o “toca a unir” para renovar a maior absoluta nas próximas eleições regionais

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Jardim e Albuquerque no congresso regional do PSD Daniel Rocha
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Miguel Albuquerque foi ovacionado pelos participantes no XV congresso regional da sua consagração como novo líder do PSD-Madeira. No auditório do partido, agora aberto à comunicação social, os intervenientes granjearam-no com a unanimidade que durante quase quatro décadas os sociais-democratas reservaram exclusivamente a Alberto João Jardim.

"Este é o meu líder e o líder de todos nós", decretou Jardim, no discurso de despedida, fazendo esquecer os contundentes ataques a Miguel Albuquerque, que quis expulsar do partido por afrontá-lo nas directas de 2012, ou as ainda recentes críticas ao governo de Passos Coelho.

Agora, "é um por todos e todos por um e disso não se pode sair", apelou o líder cessante. "A maior alegria que eu posso ter na política não são só estes quarenta anos que passámos”, “é este novo ciclo que agora se iniciou começar com uma grande vitória por maioria absoluta", concluiu.

Em resposta, Albuquerque assegurou que não guarda “ressentimentos” das disputas recentes com Jardim. “Não guardo, meu caro presidente, porque não confundo questões de natureza pessoal com as de natureza política”, ripostou, recordando os “óptimos momentos juntos na vida pública” que teve com o ex-líder, e as “divergências políticas, por vezes de forma forte e frontal”.

Albuquerque reafirmou que a sua responsabilidade prioritária “é preparar e mobilizar o partido para o próximo ciclo político” e “levá-lo a uma vitória nas próximas eleições regionais”. Reafirmando os objectivos da moção de estratégia que apresentou ao congresso, o líder do PSD-Madeira anunciou que vai ter em conta as moções dos outros candidatos – Cunha Silva, Manuel António Correia, Sérgio Marques e Miguel de Sousa – na elaboração do programa de governo a sufragar pelo eleitorado.

Eleito em segunda volta com 64% dos votos, em directas disputadas por seis candidatos, o novo líder propôs-se ser um “interlocutor permanente” com o presidente do partido e primeiro-ministro para “romper bloqueios e dissipar eventuais mal entendidos” e “estabelecer pontes permanentes de diálogo”.

Na sua intervenção, prevista para o encerramento mas antecipada para abertura para poder participar este domingo na “manifestação republicana” de Paris, em solidariedade com as vítimas de atentados terroristas, o líder nacional dos sociais-democratas Pedro Passos Coelho saudou o novo líder e seu amigo pelo projecto de “renovação” que lançou no PSD-Madeira. E elogiou Albuquerque por ter escolhido uma equipa "a pensar no futuro e não no passado". "Um tempo novo que não é da vontade de quem sai, mas da vontade de quem fica", sublinhou.

Passos Coelho afirmou que o PSD da Madeira ficará "ligado à prosperidade e desenvolvimento de um modelo autonómico que mostrou estar correcto". Relevou também o esforço do governo regional e dos madeirenses no cumprimento do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro, implementado para fazer face ao excessivo endividamento, concluindo que a sua boa execução permitirá à Região ceder a financiamento autonomamente.

Confiante na vitória dos sociais-democratas madeirenses nas eleições regionais, a cuja antecipação expressou o seu apoio, Passos Coelho considerou ser o início de um “ciclo mais auspício” para as legislativas nacionais. No entanto, garantiu não ter “ansiedade com eleições”, nem com a coligação que será decidida “a seu tempo” ou com as presidenciais em relação aos quais “não são os partidos que inventam os candidatos”.

“Aqueles que pensam que estivemos apenas de turno a pôr a casa em ordem para outros agora virem dispor, como fizeram no passado e mal, desenganem-se”, declarou Passos Coelho. O PSD “fez muito mais” do que “pôr a casa em ordem”, “trouxe a verdadeira mudança a Portugal”, acrescentou o presidente social-democrata e primeiro-ministro.

“Milagres nós não fazemos”, “nem gostamos de dourar a pílula”, advertiu Passos Coelho, adiantando que em vez de “vender ilusões” prefere oferecer “respostas válidas e realizáveis” para o país.

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