Seguro diz que se Machete mentiu está confirmada a matriz do Governo

Líder do PS em campanha do Porto.

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Seguro diz que o país enfrenta uma crise social, económica e política Rui Farinha

O secretário-geral do PS afirmou neste sábado que ficará demonstrada a matriz do actual Governo caso se confirme que o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, mentiu sobre as suas relações com a Sociedade Lusa de Negócios (SLN).

António José Seguro falava aos jornalistas após o comício do Porto de apoio à candidatura socialista de Manuel Pizarro, depois de questionado sobre a carta escrita ao líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Luís Fazenda, em 2008, pelo actual ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, no âmbito da primeira comissão parlamentar de inquérito sobre o Banco Português de Negócios (BPN).

De acordo com o semanário Expresso, Rui Machete terá negado nessa carta ser accionista da SLN, a ‘holding’ do Banco Português de Negócios (BPN), algo que posteriormente confirmou quando foi empossado na pasta dos Negócios Estrangeiros.

"Ninguém pode mentir e a confirmar-se essa mentira isso significa que há uma matriz neste Governo. Já não será o primeiro membro do Governo a fazê-lo. A ministra [de Estado] e das Finanças [Maria Luís Albuquerque] fez a mesma coisa", sustentou o líder socialista, numa alusão ao caso das swaps.

Ainda de acordo com Seguro, durante a última campanha para as eleições legislativas, em 2011, "o primeiro-ministro também prometeu que não faria cortes retroactivos nas pensões, mas agora está a fazer o contrário".

"Há qual uma matriz que evidencia qual é a natureza deste Governo", frisou.

Também em relação ao caso de Rui Machete, o secretário-geral do PS defendeu que "não se pode ter na vida pública - e muito menos nos governos - gente que não inspira confiança, gente que diz uma coisa antes e outra depois".

"O país vive uma situação difícil e os portugueses estão a passar por graves dificuldades. Precisamos de ter no Governo gente que inspire confiança", acrescentou.

Em comunicado enviado hoje à tarde à agência Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros admitiu que cometeu uma “incorrecção factual” ao escrever, numa carta em 2008, nunca ter tido acções da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), mas disse não haver qualquer intenção de o ocultar.

“No momento em que escrevi esta carta, em 5 de Novembro de 2008, não tinha quaisquer acções ligadas ao Banco Português de Negócios (BPN). Aliás nunca tive, em qualquer momento, acções do BPN. Equivocadamente escrevi então que nunca tinha tido acções da Sociedade Lusa de Negócios (SLN). É bom sublinhar que este é o único ponto da minha carta em que existe uma incorrecção factual”, refere o comunicado de Rui Machete.

Rui Machete lembra ainda que já esclareceu “publicamente as circunstâncias, os valores e as datas” em que comprou e vendeu as acções que tinha na SLN, frisando que não teve “qualquer interesse ou intenção em ocultar” este facto.

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