Passos saúda acordo sobre união bancária e elogia a socialista Elisa Ferreira

Primeiro-ministro lembra que discussão sobre salário mínimo está prevista mas não se compromete com o aumento. E pede campanha para as europeias com "convicção" mas sem "agressividade".

Foto

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, saudou esta sexta-feira em Bruxelas o acordo entre Parlamento Europeu e Conselho, alcançado na véspera, sobre o mecanismo único de resolução bancária, destacando o papel da eurodeputada portuguesa socialista Elisa Ferreira.

No final de uma cimeira de chefes de Estado e de governo da União Europeia, Passos Coelho lembrou que "Portugal tinha manifestado o seu regozijo por ter havido consenso" ao nível do Conselho, mas lamentou que "não tivesse sido possível ir mais longe", demonstrando por isso satisfação por o novo compromisso ir mais de encontro às pretensões portuguesas.

"Felizmente, foi possível atingir com o Conselho e o Parlamento Europeu um acordo que julgamos que não só ocorre dentro do prazo que estava estabelecido, como reflecte um entendimento mais positivo ainda do que aquele que tinha sido obtido ao nível do Conselho Europeu", comentou.

O primeiro-ministro fez questão de "salientar o papel muito relevante que, do lado do Parlamento Europeu, foi conduzido por uma deputada portuguesa, Elisa Ferreira - relatora da assembleia -, com a qual o Governo português colaborou de uma forma muito próxima e com bons resultados".

Passos Coelho afirmou ainda que "não há uma solução mágica que termine com a situação de fragmentação financeira", que afecta sobretudo os países da periferia, como Portugal. Mas sublinhou que se deu um “passo muito importante para acelerar os mecanismos” no sentido de combater esse problema. 

Salário mínimo depende da economia
Questionado sobre o aumento do salário mínimo, o primeiro-ministro advertiu que o Governo já tinha a intenção de "suscitar um debate sobre o salário mínimo nacional" este ano na concertação, mas que esta questão está directamente ligada à competitividade da economia portuguesa.

"Eu não conheço nenhuma declaração do secretário-geral do PS sobre essa matéria e, como todos sabem, especificamente sobre o salário mínimo, há um compromisso do Governo de suscitar esse debate no seio da concertação social ainda durante este ano e, volto a precisar, não se trata de uma proposta específica que o Governo tenha de apresentar, cabe ao Governo intervir na concertação social como um dos pilares da concertação", afirmou.

O secretário-geral do PS, António José Seguro, desafiou na quinta-feira o executivo para um consenso sobre o aumento do salário mínimo nacional.

"Há um consenso entre as confederações patronais no sentido de promover esse aumento. A CGTP e a UGT estão de acordo com esse aumento. O que é que falta para ele ser concretizado? O Governo disponibilizar-se", afirmou então Seguro.

Europeias com "convicção"
Já sobre a campanha eleitoral para as europeias, dois dias depois de Cavaco Silva ter pedido contenção a "crispação" partidária, Passos Coelho disse esta sexta-feira esperar um “debate informado e sereno”, comentando que “é possível defender com convicção as suas ideias sem ser agressivo”.

Questionado sobre se os elogios que deixara minutos antes à eurodeputada Elisa Ferreira, pelo trabalho da eurodeputada do PS no acordo sobre o mecanismo único de resolução bancária, Passos disse que se tratou de “um elogio merecido, apenas isso”, mas concordou que o debate nos próximos meses deve ser sobretudo “informado”.

“Não tive nunca na minha vida nenhuma dificuldade em agradecer ou elogiar o trabalho muito positivo que é realizado por outras pessoas, sejam do meu partido, sejam de outros partidos, seja por pessoas portuguesas ou de outras nacionalidades. Calhou, nesta caso, tratar-se de uma deputada portuguesa, embora do PS, que teve de facto uma intervenção muito relevante neste dossier”, começou por referir.

Quanto à mensagem deixada pelo Presidente da República, comentou que “todas as eleições devem ser oportunidade para um debate informado e sereno”.

“Isso não significa que todos os intervenientes não possam defender com convicção as suas ideias, e isso, por vezes, é confundido com alguma agressividade. É possível defender com convicção as suas ideias sem ser agressivo”, sustentou.

 

Sugerir correcção
Comentar