Ministério Público acusa sete pessoas de imigração ilegal

Suposta rede estava sediada em França, Portugal e Reino Unido e tinha como principal actividade o tráfico de pessoas.

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O Ministério Público (MP) acusou seis cidadãos de nacionalidade chinesa e um português de associação criminosa, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, no âmbito da investigação de uma rede internacional de imigração ilegal.

Segundo o despacho de acusação, os sete arguidos, entre eles dois casais, faziam parte de uma célula criminosa existente em Portugal, devidamente estruturada e hierarquizada, que se dedicou à legalização fraudulenta e reiterada de 42 cidadãos chineses.

Para a concessão de uma autorização de residência com toda a documentação forjada, os arguidos cobravam quantias que variavam entre os 4000 e os 6500 euros, sustenta o MP.

O processo teve origem numa comunicação feita pelas autoridades francesas ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), dando conta da existência de uma rede internacional, com sede em França, Portugal e Reino Unido. A actividade principal era a prática de crimes de tráfico de pessoas e de todos os relacionados com esse fim.

Mediante o pagamento de avultadas quantias de dinheiro, a rede criminosa dedicava-se à introdução ilegal de cidadãos de nacionalidade chinesa na Europa, em regra através do Reino Unido, com passagem por França e daí para outros países. O grupo usava vistos gregos ou polacos, de curta duração, procedendo depois à legalização dos clientes.

A investigação, de cariz internacional, foi desenvolvida em cooperação com a Eurojust (organismo europeu que combate a criminalidade transfronteiriça) e com a Europol (Serviço Europeu de Polícia), numa operação desencadeada em 14 dias nos três países, em simultâneo.

Em Portugal, a operação culminou com as detenções dos suspeitos e a realização de buscas em Lisboa, Almada, Amadora e no Porto Alto e em Samora Correia, no concelho de Benavente.

As autoridades apreenderam documentação bancária, passaportes, títulos e atestados de residência, contratos de trabalho, declarações justificativas da manutenção do vínculo laboral e comprovativos de inscrição na Segurança Social e nas Finanças. Todos os documentos pertenciam a cidadãos de nacionalidade chinesa que tinham recorrido à alegada rede criminosa.

Cinco dos sete arguidos estão em prisão preventiva ao abrigo deste processo, disse fonte judicial à Lusa.

O início do julgamento está agendado para as 9h de terça-feira, na 2.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.

 

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