Coligação faz listas defensivas para salvaguardar representatividade do CDS

A análise das listas da coligação mostra que, se esta baixar a votação, quem perde mais deputados é o PSD e o CDS está salvaguardado em zonas de eleição segura.

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Conselhos nacionais do PSD e do CDS aprovaram as listas na quinta-feira à noite Enric Vives-rubio

Decididamente, os líderes da coligação Portugal à Frente não estão à espera de um milagre nas eleições de 4 de Outubro. Tendo em conta que o presidente do PSD, Passos Coelho, afirmou, no Parlamento, ao discursar no jantar de final de legislatura, que “só por milagre” o número de deputados se manteria após às legislativas (PÚBLICO 21/07/2015), percebe-se o perfil defensivo da composição das listas da coligação que juntam deputados do PSD e do CDS.

Em todos os círculos eleitorais, olhando para os resultados de há quatro anos e somando os deputados eleitos por cada um dos dois partidos, verifica-se que nos círculos em que o CDS elegeu, os seus candidatos surgem colocados de forma a garantir a sua eleição, mesmo que a coligação venha a perder nesse distrito um ou mesmo dois deputados.

A composição das listas é de forma a tentar, assim, salvaguardar que, com a erosão eleitoral dos partidos que são governo, o CDS não venha a perder muito em relação aos 24 deputados de há quatro anos, quando o PSD elegeu 108 deputados. Esta orientação na elaboração das listas foi confirmada ao PÚBLICO por um responsável do CDS, que assumiu ser objectivo deste partido não baixar muito em número de deputados.

Assim, por exemplo em Lisboa, a lista é encabeçada pelo presidente do PSD, Passos Coelho, seguido do presidente do CDS, Paulo Portas. Em terceiro, a primeira mulher da lista, Paula Teixeira da Cruz. Segue-se pelo PSD Marques Guedes (4.º) e Matos Correia (5.º). Em sexto surge Ana Rita Bessa pelo CDS, partido que coloca ainda João Rebelo, Isabel Galriça Neto, Filipe Lobo d’Ávila e Filipe Anacoreta Correia em zona de eleição clara, já que este último, que representa a oposição interna a Portas no CDS, é o 20.º candidato. Do CDS Raúl Almeida surge em 24.º e Orísia Roque em 26.º.

Há quatro anos, em Lisboa o PSD elegeu 18 deputados e o CDS sete. Assim, o CDS tem a eleição de seis deputados garantida, sendo que,,, em relação à meta de 25 deputados de 2011, o primeiro a perder será o PSD.

No Porto, lista onde se estreia Miguel Morgado, assessor do primeiro-ministro , a situação repete-se. Aguiar Branco é cabeça-de-lista e Marco António Costa o número dois, sendo a deputada Emília Moreira Santos a primeira mulher na lista. Em quarto surge Luís Pedro Mota Soares, o primeiro nome do CDS, que coloca Cecília Meireles (9.ª), Álvaro Castello Branco (14.º), Francisco Mendes da Silva (19.º). Este último é uma estreia em lugar claramente elegível já que há quatro anos o PSD elegeu 17 e o CDS quatro deputados. Assim, se o resultado no Porto baixar, o PSD perde dois deputados, antes de o CDS perder um.

Em círculos mais pequenos a lógica mantém-se. Em Setúbal, Maria Luís Albuquerque é a primeira, o segundo é Bruno Vitorino. Em terceiro aparece Nuno Magalhães, do CDS, partido pelo qual em 6.º lugar surge Mariana Ribeiro Ferreira, antiga assessora parlamentar de Paulo Portas e de Nuno Melo, que agora regressa a São Bento estreando-se como deputada. Ora, há quatro anos o PSD elegeu cinco e o CDS dois deputados, pelo que, se a erosão eleitoral levar um deputado, o CDS assegura a eleição de dois representantes.

Em Viseu, António Amaro do PSD é cabeça de lista e o primeiro nome do CDS, Hélder Amaral, surge em 4.º, sendo que em 2011, o PSD elegeu cinco e o CDS um deputado. Assim, Hélder Amaral é eleito mesmo que a coligação perca dois deputados em Viseu. Em Faro, a regra repete-se. O primeiro nome é do especialista em ambiente independente José Carlos Costa Barros, segue-se Cristóvão Norte e Teresa Caeiro do CDS aparece como terceira candidata, seguida de Pedro Lomba, que se estreia num lugar em que pode não ser eleito, se a erosão eleitoral atingir a coligação no Algarve. Isto quando há quatro anos o PSD elegeu quatro deputados e o CDS um em Faro.

Chegadas e partidas
Entre as estreias que a coligação se propõe levar para o Parlamento na próxima legislatura destaque-se Pedro Lomba, actual secretário de Estado adjunto do ministro-adjunto do primeiro-ministro, e Miguel Morgado, assessor político do primeiro-ministro. E ainda o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues.

Também directamente do Governo para o Parlamento, mas em nome do CDS, deverá ir a subsecretária de Estado Adjunta do vice-primeiro-ministro, Vânia Dias da Silva, 9.ª candidata em Braga. Outra estreia colocada pelo CDS em local de destaque na lista de Lisboa é Ana Rita Bessa (6.ª) até agora editora da Leya e especialista em educação. Assim como Mariana Ribeiro Ferreira, antiga assessora parlamentar e ex-presidente do Instituto de Segurança Social, e Filipe Anacoreta Correia, opositor da direcção de Portas.

Fora das listas ficaram figuras que foram deputados na legislatura cessante como Paulo Mota Pinto, Francisca Almeida e Mónica Ferro, do PSD. E os centristas Teresa Anjinho, Inês Teotónio Pereira e Adolfo Mesquita Nunes, que saiu do Parlamento para ser secretário de Estado do Turismo, optando agora por deixar a política. Também o ministro da Economia, António Pires de Lima, cumpre a promessa de regresso à vida profissional.

Quanto a percentagens, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, garantiu que a renovação nas listas era de 60% nos candidatos do PSD, onde há uma participação de 40% de mulheres em relação às listas de 2011. Isto quando a renovação dos cabeças de lista também em relação às listas do PSD de há quatro anos foi de 70%, sendo um terço desses lugares preenchidos por mulheres.

Decididamente, os líderes da coligação Portugal à Frente não estão à espera de um milagre nas eleições de 4 de Outubro. Tendo em conta que o presidente do PSD, Passos Coelho, afirmou, no Parlamento, ao discursar no jantar de final de legislatura, que “só por milagre” o número de deputados se manteria após às legislativas (PÚBLICO 21/07/2015), percebe-se o perfil defensivo da composição das listas da coligação que juntam deputados do PSD e do CDS.

Em todos os círculos eleitorais, olhando para os resultados de há quatro anos e somando os deputados eleitos por cada um dos dois partidos, verifica-se que nos círculos em que o CDS elegeu, os seus candidatos surgem colocados de forma a garantir a sua eleição, mesmo que a coligação venha a perder nesse distrito um ou mesmo dois deputados.

A composição das listas é de forma a tentar, assim, salvaguardar que, com a erosão eleitoral dos partidos que são governo, o CDS não venha a perder muito em relação aos 24 deputados de há quatro anos, quando o PSD elegeu 108 deputados. Esta orientação na elaboração das listas foi confirmada ao PÚBLICO por um responsável do CDS, que assumiu ser objectivo deste partido não baixar muito em número de deputados.

Assim, por exemplo em Lisboa, a lista é encabeçada pelo presidente do PSD, Passos Coelho, seguido do presidente do CDS, Paulo Portas. Em terceiro, a primeira mulher da lista, Paula Teixeira da Cruz. Segue-se pelo PSD Marques Guedes (4.º) e Matos Correia (5.º). Em sexto surge Ana Rita Bessa pelo CDS, partido que coloca ainda João Rebelo, Isabel Galriça Neto, Filipe Lobo d’Ávila e Filipe Anacoreta Correia em zona de eleição clara, já que este último, que representa a oposição interna a Portas no CDS, é o 20.º candidato. Do CDS Raúl Almeida surge em 24.º e Orísia Roque em 26.º.

Há quatro anos, em Lisboa o PSD elegeu 18 deputados e o CDS sete. Assim, o CDS tem a eleição de seis deputados garantida, sendo que,,, em relação à meta de 25 deputados de 2011, o primeiro a perder será o PSD.

No Porto, lista onde se estreia Miguel Morgado, assessor do primeiro-ministro , a situação repete-se. Aguiar Branco é cabeça-de-lista e Marco António Costa o número dois, sendo a deputada Emília Moreira Santos a primeira mulher na lista. Em quarto surge Luís Pedro Mota Soares, o primeiro nome do CDS, que coloca Cecília Meireles (9.ª), Álvaro Castello Branco (14.º), Francisco Mendes da Silva (19.º). Este último é uma estreia em lugar claramente elegível já que há quatro anos o PSD elegeu 17 e o CDS quatro deputados. Assim, se o resultado no Porto baixar, o PSD perde dois deputados, antes de o CDS perder um.

Em círculos mais pequenos a lógica mantém-se. Em Setúbal, Maria Luís Albuquerque é a primeira, o segundo é Bruno Vitorino. Em terceiro aparece Nuno Magalhães, do CDS, partido pelo qual em 6.º lugar surge Mariana Ribeiro Ferreira, antiga assessora parlamentar de Paulo Portas e de Nuno Melo, que agora regressa a São Bento estreando-se como deputada. Ora, há quatro anos o PSD elegeu cinco e o CDS dois deputados, pelo que, se a erosão eleitoral levar um deputado, o CDS assegura a eleição de dois representantes.

Em Viseu, António Amaro do PSD é cabeça de lista e o primeiro nome do CDS, Hélder Amaral, surge em 4.º, sendo que em 2011, o PSD elegeu cinco e o CDS um deputado. Assim, Hélder Amaral é eleito mesmo que a coligação perca dois deputados em Viseu. Em Faro, a regra repete-se. O primeiro nome é do especialista em ambiente independente José Carlos Costa Barros, segue-se Cristóvão Norte e Teresa Caeiro do CDS aparece como terceira candidata, seguida de Pedro Lomba, que se estreia num lugar em que pode não ser eleito, se a erosão eleitoral atingir a coligação no Algarve. Isto quando há quatro anos o PSD elegeu quatro deputados e o CDS um em Faro.

Chegadas e partidas
Entre as estreias que a coligação se propõe levar para o Parlamento na próxima legislatura destaque-se Pedro Lomba, actual secretário de Estado adjunto do ministro-adjunto do primeiro-ministro, e Miguel Morgado, assessor político do primeiro-ministro. E ainda o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues.

Também directamente do Governo para o Parlamento, mas em nome do CDS, deverá ir a subsecretária de Estado Adjunta do vice-primeiro-ministro, Vânia Dias da Silva, 9.ª candidata em Braga. Outra estreia colocada pelo CDS em local de destaque na lista de Lisboa é Ana Rita Bessa (6.ª) até agora editora da Leya e especialista em educação. Assim como Mariana Ribeiro Ferreira, antiga assessora parlamentar e ex-presidente do Instituto de Segurança Social, e Filipe Anacoreta Correia, opositor da direcção de Portas.

Fora das listas ficaram figuras que foram deputados na legislatura cessante como Paulo Mota Pinto, Francisca Almeida e Mónica Ferro, do PSD. E os centristas Teresa Anjinho, Inês Teotónio Pereira e Adolfo Mesquita Nunes, que saiu do Parlamento para ser secretário de Estado do Turismo, optando agora por deixar a política. Também o ministro da Economia, António Pires de Lima, cumpre a promessa de regresso à vida profissional.

Quanto a percentagens, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, garantiu que a renovação nas listas era de 60% nos candidatos do PSD, onde há uma participação de 40% de mulheres em relação às listas de 2011. Isto quando a renovação dos cabeças de lista também em relação às listas do PSD de há quatro anos foi de 70%, sendo um terço desses lugares preenchidos por mulheres.

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