Lobo Xavier e Sílvio Cervan são candidatos a delegados ao congresso do CDS

O gestor e comentador político e o vice-presidente do Benfica vão a votos no sábado, no mesmo dia em que decorrem as eleições para a concelhia do partido no Porto

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Lobo Xavier vai ao Congresso do CDS Rui Gaudêncio

Dois discretos militantes sem grande historial político disputam as eleições para a presidência da concelhia do CDS do Porto. Adelaide Costa e César Vasconcellos Navio, vão a votos amanhã e um deles vai ocupar o lugar de Pedro Moutinho que, por ter atingido limitação de mandatos, não pode recandidatar-se. Mas curiosamente nestas eleições há dois rostos muito mediáticos: António Lobo Xavier e Sílvio Cervan. Ambos encabeçam as listas de delegados ao congresso do CDS, marcado para os dias 12 e 13 de Março, em Gondomar.

Conselheiro nacional do partido, César Vasconcellos Navio escolheu para a sua lista pessoas que são próximas do actual líder concelhio, mas, sobretudo, do presidente da distrital do CDS do Porto, Álvaro Castello-Branco, que foi vice-presidente de Rui Rio na câmara do Porto. Ao PÚBLICO, César Navio diz que conseguiu “fazer uma lista muito boa que reúne pessoas que têm muita experiência governativa”.

O até agora administrador da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto propõe para número três da lista à concelhia Vera Lúcia Rodrigues, que no anterior Governo assumiu a secretaria de Estado da Economia. Vera Lúcia é também número dois na lista de delegados à assembleia distrital, encabeçada pelo ex-dirigente nacional e actual vereador na câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel. Mas há um outro vereador do Porto, Manuel Aranha, que assumiu recentemente o cargo, reforçando a posição do partido no executivo portuense.

A irmã do presidente da distrital, Maria Raquel Castello-Branco, está na lista em quarto lugar, enquanto o irmão de António Lobo Xavier, Gonçalo Cristóvão Lobo Xavier, está em 13º lugar.

O Movimento Alternativa e Responsabilidade, a corrente interna de oposição à liderança de Paulo Portas, apoia a candidatura de César Navio, que foi coordenador da campanha das legislativas da coligação Portugal à Frente em alguns concelhos da região do Porto. José Gagliardini Graça, um dos rostos deste movimento no Porto, encabeça a lista à mesa da assembleia concelhia. O número dois é Mário Praça, cunhado do líder distrital.

A outra lista é encabeçada por Adelaide Costa, que o PÚBLICO tentou contactar sem sucesso, e que é uma ilustre desconhecida do partido. Ao que foi possível apurar, a agora candidata fez campanha por Rui Moreira, em Setembro de 2013, e depois do combate das autárquicas filiou-se no CDS, partido que apoiou o independente que sucedeu a Rui Rio na presidência da câmara do Porto.

A candidata é directora de uma organização não-governamental (ONG) do Bonfim e nestes dois anos e pouco de militância partidária filiou cerca de meia centena de militantes, que agora convidou para as litas. Vitor da Silva Graça e Pedro Manuel Mesquita Fernandes são os nomes que apresenta para as duas vice-presidências da concelhia. Já Hugo Filipe Mesquita Fernandes lidera a mesa da assembleia concelhia. Para a assembleia distrital a escolha recaiu em Diogo da Cruz Santos.

No partido fazem-se as contas à possibilidade de Adelaide Costa beneficiar do facto de Sílvio Cervan avançar com uma lista de delegados. Como Cervan não concorre à concelhia, é provável que alguns dos seus apoiantes, quando forem votar, possam colocar a cruz na candidata desconhecida.

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