Freitas diz que foi a vitória de um homem de causas

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DANIEL ROCHA

Diogo Freitas do Amaral, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (1995 e 96), considera que a ONU vai ter pela primeira vez em muitos anos um secretário-geral que sabe gerir consensos. “Que sabe que numa organização multilateral, antes de se tomar uma decisão tem que se dialogar, desde logo com o Conselho de Segurança mas, também, com os países envolvidos”, afirma.

O valor do diálogo é, por diversas vezes, sublinhado por Freitas do Amaral, recuperando na história da ONU casos, recentes, de falta de consenso. “Foi o que aconteceu com Boutros-Ghali no seu mau relacionamento com os Estados Unidos que impediu a sua reeleição ou do segundo mandato de Kofi Annan em que pôs e dispôs”, recorda. Guterres tem essas capacidades e, também, uma característica que Freitas assinala: “O secretário-geral tem de ser pró-activo, acho que o actual não fez absolutamente nada.”

Na agenda do próximo secretário-geral, refere as tradicionais missões de garantir a paz e a segurança, mas destaca duas ópticas próprias. “A ONU não pode ficar indiferente ao drama dos refugiados que a União Europeia não consegue resolver e, António Guterres como católico social, vai lutar empenhadamente contra a pobreza e o subdesenvolvimento”, refere. “Esta foi a vitória de um homem de causas”, sentencia.

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