Direcção do PS diz-se aberta a alterações ao regulamento das primárias

O secretário nacional do PS para a organização, Miguel Laranjeiro, promete processo "transparente" e "rigoroso".

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José Sarmento Matos

O secretário nacional do PS para a organização, Miguel Laranjeiro, afirmou nesta quarta-feira que o processo de eleições primárias será "transparente" e "rigoroso", havendo abertura para alterações à proposta de regulamento apresentada pela direcção.

O regulamento das eleições primárias para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro será debatido e votado nesta quinta-feira em reunião da comissão política do PS. O prazo para a entrega de projectos de alteração à proposta de regulamento da direcção terminou às 18h desta quarta-feira.

"A nossa principal preocupação é que o processo para a realização de eleições primárias a 28 de Setembro seja totalmente transparente, claro e rigoroso. Há abertura para propostas de alteração", declarou à agência Lusa Miguel Laranjeiro, apoiante do secretário-geral António José Seguro.

Questionado sobre diferenças de fundo que parecem existir entre os projectos de regulamento da direcção do PS e o do grupo de apoiantes de António Costa, designadamente ao nível do prazo de registo dos simpatizantes e dos poderes atribuídos na proposta do secretariado à comissão nacional de jurisdição, Miguel Laranjeiro alegou que o processo "está ainda numa fase de consulta". "Estamos ainda num período destinado à recepção de ideias e de contributos", acrescentou.

Entre outras diferenças, a direção do PS propõe que o prazo para o registo de simpatizantes termine uma semana antes do acto eleitoral de 28 de Setembro, enquanto o projecto de António Costa coloca a data limite para o registo de simpatizantes no dia 26 de julho. António Costa pretende ainda constituir uma comissão de fiscalização das primárias, sendo presidida pelo ex-comissário europeu António Vitorino, mas a proposta de regulamento do secretariado nacional não prevê a criação desse órgão para controlo do processo.

Nas declarações que prestou à agência Lusa, Miguel Laranjeiro afirmou também desconhecer se há alguma tentativa de mediação entre os socialistas para que a comissão política do PS aprove uma proposta consensual de regulamento. "O mais importante é que o PS reforçou a sua tradição de partido progressista ao avançar para a realização de eleições primárias. O PS já foi o primeiro partido a aprovar eleições directas para o cargo de secretário-geral, foi o primeiro a introduzir internamente a lei da paridade e agora é também o primeiro a promover eleições primárias abertas a simpatizantes para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro", defendeu.

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