António Costa pede consenso sobre regulamento das primárias

O candidato considera que existem riscos na proposta de António José Seguro e quer, até quinta-feira, que ambas as candidaturas cheguem a um “compromisso”.

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São três os pontos do regulamento das primárias, proposto por António José Seguro, que causam preocupação entre os apoiantes de António Costa. O mais criticado é aquele que garante o direito de votar a qualquer militante ou simpatizante que, mesmo sem qualquer documento de identificação, se apresente nas mesas de voto e seja identificado por dois militantes.

Esta possibilidade, que é inspirada na prática das eleições nacionais, deixa, em teoria, a hipótese de uma pessoa votar várias vezes, desde que conheça o nome dos inscritos nos cadernos e, claro, pretenda fazer um uso fraudulento desta alínea do regulamento. É, pelo menos, essa a leitura dos apoiantes de António Costa que entregaram esta terça-feira um pedido de alteração a este ponto do regulamento. 

Pedro Delgado Alves, jurista, deputado, é um dos subscritores deste pedido de alteração: “Todos tínhamos a ganhar se pudéssemos chegar a um compromisso sobre isto. Temos de conversar e tentar uma solução que seja do agrado de todos.”

Além deste ponto, os apoiantes de Costa pretendem, também, antecipar a data de conclusão dos cadernos eleitorais que, na proposta de Seguro se prolonga até 21 de Setembro, uma semana antes das primárias. Para Pedro Delgado Alves este prazo é excessivamente próximo do acto eleitoral e não deixa margem para eventuais correcções ou reclamações de militantes e simpatizantes. 

O terceiro ponto que causa discórdia, na proposta de Seguro, é o papel do Conselho de Jurisdição do partido na fiscalização das primárias. Para os apoiantes de Costa, o papel fiscalizador deveria caber a uma instância própria, consensual entre as candidaturas.

Recorde-se que, ainda recentemente, a interpretação que o Conselho de Jurisdição fez dos estatutos (sobre a possibilidade de marcação de um processo eleitoral para o cargo de secretário-geral) foi muito contestada pelo campo do autarca de Lisboa. 

O PÚBLICO tentou ouvir o membro do secretariado do PS que tem a responsabilidade deste processo, Miguel Laranjeiro, mas não conseguiu contactá-lo até à hora de fecho desta edição.

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