Costa espera ter decisão sobre “plataforma de governo” até ao final da semana

Líder do PS destaca que esforço de aproximação dos partidos da esquerda tem em conta respeito pelos compromissos internacionais do país.

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Miguel Manso

O secretário-geral do PS apontou esta segunda-feira o final da semana como o prazo limite para uma decisão sobre que governo deverá assumir funções após as últimas eleições legislativas. “Até ao final da semana, eu gostaria de poder ter uma avaliação final”, disse António Costa no Palácio de Belém, no final do encontro com o Presidente da República.

O líder socialista acrescentou que essa avaliação teria depois de ser comunicada aos órgãos do seu partido e ao Presidente da República no momento em que este decidisse encetar as audições aos partidos com vista à indigitação do primeiro-ministro.

O calendário político foi assumido após a reunião com o Presidente da República que António Costa explicou ter servido para informar Cavaco Silva sobre o “conjunto de contactos” já realizados e a realizar, bem como da “avaliação preliminar” que o líder do PS faz dessas reuniões.

Sem apontar pormenores sobre a sua “avaliação preliminar”, o socialista não deixou de reconhecer como “positivas” as reuniões com o PCP, os Verdes, o Bloco e o PAN, no sentido do esforço de aproximação entre os partidos.

Depois de lembrar os quatro objectivos definidos pelo PS, António Costa fez questão de frisar que esse esforço tinha em conta o “respeito pelos compromissos internacionais”, nomeadamente, relativos à União Económica Monetária e o reforço das políticas de coesão: “Esses contactos [com a esquerda], não tenho escondido, têm decorrido de forma positiva, têm permitido condições para um trabalho sério e consistente que tem em vista a criação de um programa de governo comum que responda àquilo que são as necessidades do país, na defesa do serviços públicos, de virar a página da austeridade, mas sempre no respeito pelos compromissos internacionais de Portugal.”

Costa justificou de seguida esse ambiente positivo com o facto de os partidos à esquerda terem compreendido que não se tratava de trabalhar sobre os programas eleitorais, mas antes encontrar uma “plataforma de um governo”. “Essa é a posição do PS e o que tem resultado claro nos contactos com as outras forças políticas é que temos estado a trabalhar não no programa dos partidos, mas a trabalhar no que importa, no que possa ser uma plataforma de governo – e essa é essencial saber no que é que consta.” Frisou que tal plataforma teria de ser sempre “estável, credível e consistente”.

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