Concelhia de Pedrógão Grande abre guerra ao PS e apresenta providência cautelar no Constitucional

Comissão política fala de “uma subversão da ordem democrática interna do PS” e decide, por unanimidade, impugnar decisão da distrital de convocar eleições "ilegais" para concelhia para o mesmo dia das directas.

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A concelhia socialista de Pedrógão Grande vai intentar ainda esta semana no Tribunal Constitucional uma providência cautelar contra o PS por causa da “convocação ilegal” das eleições para aquele órgão concelhio, marcadas pela distrital de Leiria, disse esta quinta-feira ao PÚBLICO Diogo Coelho, o ex-presidente daquela estrutura do partido.

Acusando a federação de Leiria de estar a proceder a uma “subversão da ordem democrática interna do PS”, a concelhia, agora liderada por Nelson Fernandes, aprovou sexta-feira, por unanimidade, a impugnação da deliberação do secretariado da distrital relativa à dissolução daquela estrutura concelhia e à convocação de eleições para o mesmo órgão para 5 de Setembro.

Refira-se que para este dia estão marcadas as eleições directas em Leiria, que vão ser disputadas duas listas, uma liderada por Miguel Medeiros (afecta à candidatura de António Costa) e outra protagonizada por António Sales, (conotada com António José Seguro).

A concelhia argumenta que a deliberação do dia 4 de Agosto da distrital de Leiria “é manifestamente ilegal por violação grave dos estatutos do PS” e sustenta que o líder federativo, João Paulo Pedrosa, não tem poderes para ordenar a dissolução da comissão política concelhia de Pedrógão Grande (ou qualquer outra), pelo que semelhante decisão padece de manifesta e flagrante ilegalidade, por vício de incompetência”.

Com uma nova liderança desde o início de Agosto, devido ao facto de o anterior presidente, Diogo Coelho, ter sido alvo de um processo de expulsão do partido, a concelhia avisa a direcção do partido que, “em política, não pode valer tudo e tem de haver limites à impunidade e ao abuso de poder”.

Em guerra aberta com a distrital, os dirigentes concelhios observam que “não ocorreu qualquer impedimento ao funcionamento normal da actual comissão política concelhia, nem tão pouco o secretariado ou o presidente da federação tinham causa ou poderes para dissolver aquele órgão e ordenar a marcação de novas eleições”.

Alegando tratar-se de uma decisão “unilateral” do presidente da distrital, a concelhia diz que “não pactuará com uma subversão o da ordem democrática interna do PS” e que “não assistirá a uma manifesta fraude eleitoral, pois, permitir-se-ia aos órgãos da federação substituir, a seu belo prazer, um resultado que lhes foi desfavorável às suas pretensões sem respeitar a vontade expressa dos militantes nas urnas”.

“Não vamos deixar abrir este perigoso precedente e permitir ao secretariado e presidente de uma qualquer federação dissolver uma comissão política concelhia e marcar novas eleições por qualquer fundamento e a qualquer momento, pois isso teria como consequência que o Partido Socialista passaria a funcionar numa lógica ditatorial”, declara.ainda a concelhia que já fez chegar aos órgãos juridicionais do partido a sua posição relativamente à impugnação das eleições para a estrutura concelhia.

O PÚBLICO falou com o secretário nacional para a organização do PS, mas Miguel Laranjeiro foi parco nos comentários, afirmando apenas que aguarda pelo desenvolvimento do processo.

 

 

 

 

 

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