Cavaco afirma que 17,7% de desemprego é "uma taxa que assusta todos"

Presidente da República considera que esta taxa recorde é uma "realidade dramática" e imprevisível há alguns anos.

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Cavaco Silva também deixou um recado à comunicação social, dirigido às televisões Pedro Cunha

O Presidente da República afirmou nesta terça-feira que 17,7% de desemprego “é uma taxa que assusta todos”, defendendo que “esta realidade dramática” deve levar a um reforço da cooperação entre o Estado e instituições de apoio social.

“Nunca em Portugal, desde que existem registos estatísticos, se verificaram tão elevados níveis de desemprego, 950 mil desempregados, o que corresponde a uma taxa de desemprego de 17,7%, é um número que poucos preveriam há alguns anos. Destes, 560 mil são desempregados de longa duração e, entre os jovens, o desemprego atingiu os 42%”, disse o chefe do Estado.

Aníbal Cavaco Silva discursava na sessão de encerramento do seminário “A economia social, o emprego e o desenvolvimento local”, organizado pela Cáritas, no auditório do Banco de Portugal (BdP).

No encerramento do seminário estiveram presentes o presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca, o presidente do BdP, Carlos Costa, o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins.

No seu discurso, o Presidente considerou que “perante estes números é natural” que alguns questionem “o quadro social” que têm perante si, mas defendeu que a resignação não é uma opção.

“Não podemos resignar-nos, não podemos silenciar esta realidade dramática”, afirmou, exortando “voluntários e instituições” a uma maior “cooperação com o Estado” para “chegar a mais cidadãos”.

Já em declarações aos jornalistas, no final, apontou os números como “preocupantes”: “17,7% de desemprego é uma taxa que assusta a todos nós.”

Questionado sobre se estes números confirmam que existe uma espiral recessiva no país, como o próprio já tinha advertido, Cavaco Silva respondeu ser necessário “aguardar pelos números que irão ser publicados para o segundo trimestre deste ano para saber se há de facto uma inversão na tendência do nosso PIB e uma inversão no desemprego”.

“Existem alguns sinais qualitativos que são significativos, como é o caso da evolução das exportações, com um aumento bastante forte no mês de Abril, mas precisamos de aguardar”, acrescentou.

 
 

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