BE: não há Governo de esquerda sem todos os partidos de esquerda

Um executivo de alternativa ao actual exige a participação de todos, defende a dirigente bloquista Cecília Honório, em reacção ao discurso de Jerónimo de Sousa, no encerramento do XIX Congresso do PCP.

O Bloco de Esquerda tomou conta da disponibilidade do PCP para a criação de uma alternativa política e vincou que só poderá existir um Governo progressista com a "responsabilidade" de todos os partidos de esquerda.

 

"Não há Governo de esquerda sem a responsabilidade de todos os partidos de esquerda e de todas as forças de esquerda", acentuou a dirigente Cecília Honório no final do XIX Congresso do PCP, que terminou neste domingo em Almada. No discurso final, o secretário-geral do PCP, reeleito para mais um mandato de quatro anos, sublinhou que o partido não abdicou da convergência à esquerda, destacando porém que também não renunciará aos seus valores.

Acompanhada pelos dirigentes bloquistas Pedro Soares e Joana Mortágua, Cecília Honório disse que a sua força política "acompanhou com toda a atenção" o congresso do PCP, "nomeadamente a intervenção final do secretário-geral, Jerónimo de Sousa, que apresenta um compromisso com a luta pela destruição destas políticas de austeridade e pela responsabilidade na construção de uma alternativa de esquerda".

"Registamos a disponibilidade do PCP para, na luta popular, contra as orientações deste Governo, criar uma alternativa", frisou Cecília Honório.

Confrontada com a ideia de que o PCP se demarcou estrategicamente do Bloco de Esquerda ao considerar mais importante saber com que política se chega ao Governo do que discutir com quem se chega ao Governo, Cecília Honório disse não partilhar essa interpretação.

"Temos a noção de que há uma luta que se faz na sociedade e que é preciso uma voz popular para mudar a orientação deste Governo. Mas o Bloco de Esquerda renova o sentido de compromisso e de responsabilidade na criação de uma alternativa", acrescentou.

 

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